Mesmo depois que todos aqueles que estavam no meu quarto se asseguraram de que eu estava bem e se dirigiram para seus respectivos afazeres, Bernardo ainda continuou comigo, segurando a minha mão e me olhando sem dizer nada. Depois de algum tempo, ele se deitou a meu lado em minha cama e me envolveu em seus braços, beijou o topo da minha cabeça e disse:
- Eu fiquei muito preocupado com você...há muito tempo que eu não me sentia tão bem ao lado de alguém...se acontecesse alguma coisa...
Conforme ele proferia cada palavra eu sentia que ele me segurava cada vez mais forte e fiquei lisonjeado por saber que já significava tanto pra ele. Nesse momento, não tive nenhuma outra alternativa senão corresponder o seu carinho com a mais pura sinceridade. Então lhe disse:
- Bernardo...eu preciso lhe contar algo...
- O que é? você não está se sentindo bem de novo?
- Não...Calma...olha, eu estou bem! Mas preciso lhe contar algo que ocorreu durante o meu desmaio na cozinha...eu..eu já lembrei como eu vim parar aqui!
Eu lhe contei tudo. Comecei pelo o evento fatídico com o servo e finalizei com o nosso encontro na Floresta do Leste. Conforme eu lhe contava os fatos do meu passado, não podia deixar de me preocupar com a possibilidade dele se decepcionar com a forma como eu usava as pessoas ao meu redor para obter prazer. Porém, preferi ser o mais transparente possível na minha explicação, para que eu sentisse que merecia pelo menos um pouco do carinho e da atenção que aquele rapaz me direcionava.
Durante a minha explicação, Bernardo continuou na mesma posição em que estava no inicio da conversa e, em alguns momentos, afagava o alto da minha cabeça, com as suas mãos, que apesar de grandes, tinham um toque suave, que me trazia uma sensação de paz e segurança. Quando eu finalizei a explicação ele me puxou mais ainda em direção ao seu peitoral e disse:
- Você está seguro agora! Não se preocupe!
- Mas você não acha que seu pai vai sugerir que, agora que já lembrei a minha origem, eu volte para lá? eu não sou mais um desmemoriado que vocês acolheram aqui...eu sei de onde eu vim...mas eu não quero....
Quanto mais eu pensava na possibilidade de ter que ir embora daquela casa, ficava mais nervoso e perdia a linha de raciocínio sobre o que eu falava. Bernardo repousou uma mão sobre o meu rosto, o que me fez parar de falar, então, olhando fundo em meus olhos, ele disse:
- Felipe, eu nunca vou te deixar ir embora dessa casa sob nenhuma hipótese que não seja a sua própria vontade. Então, desde que você não queira ir embora agora que lembrou a sua origem, não há com o que se preocupar. Além disso, eu já lhe disse que todos aqui em casa gostam muito de você, como você pode ter percebido hoje durante o café da manhã.
- Então você realmente acha que eu não preciso ir embora por causa disso?
- Absolutamente não! Há algum tempo que você deixou de ser só um estranho que eu achei perdido na Floresta do Leste. Se você não fosse meu namorado, talvez meu pai até te adotasse!
Depois da última frase nos rimos bastante. Quanto a mim, a risada estava mesclada com alívio por poder compartilhar sem preocupação a minha origem e felicidade por ter encontrado alguém tão especial como Bernardo. Depois de cessarem as risadas, Bernardo continuou o que estava dizendo.
- Felipe, reafirmo que você não se preocupe quanto a isso. Mas queria pedir pra que a gente possa compartilhar o que você me falou com a minha família, pois eu prefiro que seja dessa maneira, sem segredos ou informações ocultas entre aqueles que fazem parte dela.
- Se você diz que não devo me preocupar eu não vejo problema em compartilhar isso com eles. Mas você pode me dar um tempinho pra me recuperar? ainda estou com dor de cabeça.
- É Claro! Eu vou ter que ir trabalhar agora, mas volto à noite e, se você já estiver melhor, podemos fazer isso.
- Tudo bem! Até depois!
Bernardo ainda deu mais um beijo na minha testa e então se levantou e andou até a porta. Quando estava quase saindo do quarto, ele se virou em minha direção e proferiu as seguintes palavras:
- Felipe...Eu te amo!
Depois de dizer isso ele, efetivamente, saiu do quarto. Aquelas palavras me atingiram de uma forma tão intensa, que eu não consegui responder antes que ele tivesse deixado o aposento, porém, isso me deixou estranhamente contente, pois percebi que ele não havia dito aquilo pra ouvir que eu também me sentia daquela forma, mas simplesmente para me dizer o que estava sentindo.
Devido à forte dor de cabeça que eu estava sentido, acabei dormindo boa parte do dia. Quando acordei Bernardo já havia retornado para casa e estava ao meu lado, me observando enquanto eu dormia. Já estava tarde da noite quando eu acordei e ainda me sentia bastante indisposto, mesmo depois de ter descansado bastante, então perguntei a Bernardo se ele poderia ficar comigo em eu quarto naquela noite. Consecutivamente à sua resposta afirmativa, eu me aproximei ainda mais dele para abraça-lo e nos organizamos em uma posição confortável para podermos dormir. A sensação de estar com ele era tão boa e calmante que rapidamente eu caí no sono.
Na manhã seguinte eu acordei e Bernardo não estava mais ao meu lado, então tomei banho e desci para tomar café da manhã, imaginando se ele já estaria sentado à mesa, tal como eu confirmei quando cheguei à cozinha. Como esperado todos indagaram sobre o meu estado de saúde e relataram o quão ficaram preocupados na manhã anterior quando eu desmaiei. Então, aproveitando a conversa eu resolvi compartilhar com eles o que eu recordara.
- Gente...queria a atenção de vocês um instante pra contar algo que aconteceu ontem...eu já contei ao Bernardo e hoje queria compartilhar com vocês, que eu considero como a minha família...
- O que aconteceu Felipe? Você está bem?
- Estou sim Manoel, não é nenhum problema de saúde...eu vou explicar...
Eu contei toda a história para o restante da família, mas fui cuidadoso em omitir detalhes que eu não omitira quando contei a mesma história a Bernardo e, com certeza, ele entendia o porque. Porém, posteriormente eu viria a perceber que em ambos os casos eu, inocentemente, esqueci revelar o nome do lugar de onde eu tinha vindo, sendo que isto seria de grande relevância em momentos vindouros.
- Eu fiquei muito preocupado com você...há muito tempo que eu não me sentia tão bem ao lado de alguém...se acontecesse alguma coisa...
Conforme ele proferia cada palavra eu sentia que ele me segurava cada vez mais forte e fiquei lisonjeado por saber que já significava tanto pra ele. Nesse momento, não tive nenhuma outra alternativa senão corresponder o seu carinho com a mais pura sinceridade. Então lhe disse:
- Bernardo...eu preciso lhe contar algo...
- O que é? você não está se sentindo bem de novo?
- Não...Calma...olha, eu estou bem! Mas preciso lhe contar algo que ocorreu durante o meu desmaio na cozinha...eu..eu já lembrei como eu vim parar aqui!
Eu lhe contei tudo. Comecei pelo o evento fatídico com o servo e finalizei com o nosso encontro na Floresta do Leste. Conforme eu lhe contava os fatos do meu passado, não podia deixar de me preocupar com a possibilidade dele se decepcionar com a forma como eu usava as pessoas ao meu redor para obter prazer. Porém, preferi ser o mais transparente possível na minha explicação, para que eu sentisse que merecia pelo menos um pouco do carinho e da atenção que aquele rapaz me direcionava.
Durante a minha explicação, Bernardo continuou na mesma posição em que estava no inicio da conversa e, em alguns momentos, afagava o alto da minha cabeça, com as suas mãos, que apesar de grandes, tinham um toque suave, que me trazia uma sensação de paz e segurança. Quando eu finalizei a explicação ele me puxou mais ainda em direção ao seu peitoral e disse:
- Você está seguro agora! Não se preocupe!
- Mas você não acha que seu pai vai sugerir que, agora que já lembrei a minha origem, eu volte para lá? eu não sou mais um desmemoriado que vocês acolheram aqui...eu sei de onde eu vim...mas eu não quero....
Quanto mais eu pensava na possibilidade de ter que ir embora daquela casa, ficava mais nervoso e perdia a linha de raciocínio sobre o que eu falava. Bernardo repousou uma mão sobre o meu rosto, o que me fez parar de falar, então, olhando fundo em meus olhos, ele disse:
- Felipe, eu nunca vou te deixar ir embora dessa casa sob nenhuma hipótese que não seja a sua própria vontade. Então, desde que você não queira ir embora agora que lembrou a sua origem, não há com o que se preocupar. Além disso, eu já lhe disse que todos aqui em casa gostam muito de você, como você pode ter percebido hoje durante o café da manhã.
- Então você realmente acha que eu não preciso ir embora por causa disso?
- Absolutamente não! Há algum tempo que você deixou de ser só um estranho que eu achei perdido na Floresta do Leste. Se você não fosse meu namorado, talvez meu pai até te adotasse!
Depois da última frase nos rimos bastante. Quanto a mim, a risada estava mesclada com alívio por poder compartilhar sem preocupação a minha origem e felicidade por ter encontrado alguém tão especial como Bernardo. Depois de cessarem as risadas, Bernardo continuou o que estava dizendo.
- Felipe, reafirmo que você não se preocupe quanto a isso. Mas queria pedir pra que a gente possa compartilhar o que você me falou com a minha família, pois eu prefiro que seja dessa maneira, sem segredos ou informações ocultas entre aqueles que fazem parte dela.
- Se você diz que não devo me preocupar eu não vejo problema em compartilhar isso com eles. Mas você pode me dar um tempinho pra me recuperar? ainda estou com dor de cabeça.
- É Claro! Eu vou ter que ir trabalhar agora, mas volto à noite e, se você já estiver melhor, podemos fazer isso.
- Tudo bem! Até depois!
Bernardo ainda deu mais um beijo na minha testa e então se levantou e andou até a porta. Quando estava quase saindo do quarto, ele se virou em minha direção e proferiu as seguintes palavras:
- Felipe...Eu te amo!
Depois de dizer isso ele, efetivamente, saiu do quarto. Aquelas palavras me atingiram de uma forma tão intensa, que eu não consegui responder antes que ele tivesse deixado o aposento, porém, isso me deixou estranhamente contente, pois percebi que ele não havia dito aquilo pra ouvir que eu também me sentia daquela forma, mas simplesmente para me dizer o que estava sentindo.
Devido à forte dor de cabeça que eu estava sentido, acabei dormindo boa parte do dia. Quando acordei Bernardo já havia retornado para casa e estava ao meu lado, me observando enquanto eu dormia. Já estava tarde da noite quando eu acordei e ainda me sentia bastante indisposto, mesmo depois de ter descansado bastante, então perguntei a Bernardo se ele poderia ficar comigo em eu quarto naquela noite. Consecutivamente à sua resposta afirmativa, eu me aproximei ainda mais dele para abraça-lo e nos organizamos em uma posição confortável para podermos dormir. A sensação de estar com ele era tão boa e calmante que rapidamente eu caí no sono.
Na manhã seguinte eu acordei e Bernardo não estava mais ao meu lado, então tomei banho e desci para tomar café da manhã, imaginando se ele já estaria sentado à mesa, tal como eu confirmei quando cheguei à cozinha. Como esperado todos indagaram sobre o meu estado de saúde e relataram o quão ficaram preocupados na manhã anterior quando eu desmaiei. Então, aproveitando a conversa eu resolvi compartilhar com eles o que eu recordara.
- Gente...queria a atenção de vocês um instante pra contar algo que aconteceu ontem...eu já contei ao Bernardo e hoje queria compartilhar com vocês, que eu considero como a minha família...
- O que aconteceu Felipe? Você está bem?
- Estou sim Manoel, não é nenhum problema de saúde...eu vou explicar...
Eu contei toda a história para o restante da família, mas fui cuidadoso em omitir detalhes que eu não omitira quando contei a mesma história a Bernardo e, com certeza, ele entendia o porque. Porém, posteriormente eu viria a perceber que em ambos os casos eu, inocentemente, esqueci revelar o nome do lugar de onde eu tinha vindo, sendo que isto seria de grande relevância em momentos vindouros.