quinta-feira, 27 de março de 2014

Mysterious Skin (Mistérios da Carne)

Mysterious Skin (Mistérios da Carne), 2004


Brian Lackey (Brady Corbet) é um jovem traumatizado por um lapso de tempo em sua memória aos oito anos e, perturbado por pesadelos, acredita que foi vitima de abdução alienígena. Neil McCormick (Joseph Gordon Levitt), no entanto, é aquele típico bad boy com comportamento desviante. Os dois tiveram a mesma experiência no passado, mas reagem de modo diferente.


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domingo, 23 de março de 2014

Capítulo 5 - As Batalhas: Perdendo ou Vencendo? (Cont.)

Uma semana e meia se passou sem que Enzo conseguisse ter qualquer notícia sobre Daniel. O rapaz mandou inúmeras mensagens, ligou diversas vezes e procurou pelo (ex) namorado todos os dias no Instituto de Ciências Jurídicas da UFTU, sem obter qualquer progresso em sua busca por entrar em contato com ele.
Porém, para sua surpresa, em uma manhã, enquanto chegava à universidade, ele avistou Daniel adentrando os portões da universidade, o que fez as suas pernas, assim como o seu coração, dispararem. Ao alcançar o rapaz, bem no meio do pátio central, disse resfolegadamente:

- Daniel! - Enzo tocou no ombro do rapaz, que se se virou rapidamente.
- Ah...Oi Enzo... - ele respondeu desanimadamente - O que você quer?
- Oi? O que eu quero? - Enzo subiu o tom de voz - Ficou louco? Por que não me avisou como estava? Eu fiquei preocupado durante mais de uma semana!
- Ora, eu não acho que devesse! - disse Daniel com firmeza e em tom calmo - Eu acho que fui claro no cemitério, eu não sou mais seu namorado, então não acho que devesse se preocupar comigo tanto assim!
- Ah... - Enzo ficou momentaneamente boquiaberto - Então você realmente não mudou de ideia?
- Claro que não! Por que deveria?
- Eu achei que estivesse confuso pelo que...você sabe...aconteceu...
- Não se preocupe Enzo, pode falar que a minha mãe morreu! Está tudo bem...eu estou bem agora - Daniel parou por alguns segundos, suspirou e continuou: - Olha Enzo, se é só isso, eu preciso ir pra aula...eu perdi muita matéria sabe? Então, de novo, não se preocupa tanto assim comigo, tudo bem? Não é mais do teu interesse!
- Não é mais do meu interesse? - Enzo adquiriu uma expressão de ódio e socou o peito de Daniel com ambas as mãos - VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME TRATAR ASSIM! EU NÃO SEI O QUE ACONTECEU, MAS EU NÃO TENHO CULPA! - ele continuou a socar o peito do rapaz - SE VOCÊ NÃO ME QUER COMO NAMORADO, PELO MENOS SAIBA QUE PRA MIM A AMIZADE INCLUI FICAR PREOCUPADO COM ALGUÉM QUE SE GOSTA!
- Enzo... - Daniel, finalmente, perdera o ar tranquilo e parecia bastante preocupado.
- Quer saber Daniel...que seja...você não merece nem a minha amizade! Não se termina com alguém desse jeito e ninguém merece ser tratado assim...tão...tão indiferente! - Enzo saiu em disparada pelo corredor, lotado de pessoas, que, naquela altura da conversa, já estavam todas olhando para eles.

Dois dias depois, outra cena deixou Enzo em ânimo ainda pior do que aquela ocorrida no pátio central da UFTU: Quando chegou próximo da sua sala de aula, avistou Daniel beijando Frida e nem se deu ao trabalho de continuar caminhando. Simplesmente saiu correndo pelos corredores, esbarrando em várias pessoas e sem um real destino em sua mente. Apenas queria que aquela cena fosse uma ilusão, mas ele sabia que não era, o que denotava que Frida se aproveitara daquele momento crítico no relacionamento dos dois para se reaproximar de Daniel e, pelo visto, para voltar a se relacionar com ele. Quando percebeu, estava próximo da "Snacks", então se sentou em um dos bancos do local e chorou, até que uma mão pousou em seu ombro e o fez se virar em sobressalto. Quando visualizou a pessoa, ele disse:

- Oi Pietro... - Enzo ainda estava com os olhos úmidos.
- Posso sentar? - Indagou Pietro.
- Ah...eu não sei Pietro...eu não estou bem hoje sabe?!
- Eu sei...eu vi o que aconteceu outro dia no pátio! Mas não consegui te encontrar depois daquilo. Se quiser conversar eu estou aqui, mas, se realmente quiser que eu vá embora, eu entenderei...
- Não, pode sentar - Enzo aparentava estar mais calmo - Mas eu não quero falar daquilo...só me fala sobre as novidades...a gente não se vê faz tempo...deve ter alguma, certo?
- Claro...tenho várias!

Os dois passaram muito tempo conversando na lanchonete sobre trivialidades, até que Pietro perguntou:

- Tem certeza que não que falar sobre o acontecido? As vezes ajuda...
- Pietro, eu não sei bem o que aconteceu na verdade...mas se estiveres mesmo afim de ouvir...
- Claro que estou, me conta!

Enzo contou ao rapaz, de modo resumido, os acontecimento entre a internação da mãe de Daniel até o dia em que eles discutiram no pátio da universidade. Depois de escutar tudo atentamente Pietro fez a seguinte consideração:

- Bom...realmente não faz sentido! Fostes muito companheiro durante todo o período em que ela permaneceu internada e esteve sempre ao lado do Daniel...então...por que ele iria querer terminar contigo? Eu nunca iria fazer isso!
- Bem, eu não sei - Enzo estava levemente corado.
- Ah, eu digo de modo hipotético é claro! - Pietro se apressou em dizer a Enzo quando percebeu o constrangimento do outro.
- Bom, não importa mais...pelo que eu vi naquele dia no pátio, ele não quer mesmo mais nada comigo, então...cabeça pra frente, certo? - Enzo tentou, mas não conseguiu conter o choro.
- Eu sei que nós mal nos conhecemos - disse Pietro - Mas eu gosto de ti...como um bom amigo eu quero dizer...portanto, pode contar comigo para o que precisar - O rapaz bateu de leve no ombro de Enzo e permaneceu ao seu lado, sem dizer qualquer palavra.

Enquanto isso, Daniel foi buscar Frida depois que a aula dela tinha terminado. Ao chegar na porta da sala, a encontrou o esperando ansiosamente, então disse:

- E aí, como foi a aula?
- Normal! - disse Frida radiante - Eu quase nem prestei atenção! Só queria que terminasse pra poder te ver!
- Ah...que bom! Também estava...er...ansioso pra te ver! - O rapaz parou e olhou para o interior da sala, então indagou: - E o Enzo, não veio hoje?
- O Lucas disse que viu ele entrando na UFTU de manhã, mas ele não apareceu na aula! Deve estar atacando alguém por aí...sabe como são esses gays! Mas não vamos falar dele, ou será que você mudou de ideia e quer voltar a "ficar" com ele?
- Ah, não! É só curiosidade mesmo! - disse Daniel rapidamente - Mas, pra onde vamos agora? Quer almoçar comigo?
- Claro! Eu adoraria!
- Tudo bem, então vamos até o estacionamento pegar o carro e depois iremos pra minha casa.

Neste mesmo instante, Enzo tinha se recomposto e disse a Pietro:

- Pietro...não tinhas aula agora?
- Ah...bem...eu tinha - disse o rapaz encabulado - Mas não se preocupa com isso, eu pego a matéria com alguém depois!
- Não Pietro! Era pra teres ido! Não se preocupa comigo, eu vou ficar bem!
- Eu não podia te deixar aqui naquele estado! E eu já disse, relaxa!
- Bem, de qualquer modo, obrigado! Eu estou muito melhor agora! Mas eu preciso ir embora, não quero ouvir aquele ridícula da Frida se vangloriando hoje! Ou eu juro que vou dar um soco na cara dela!
- Nossa! - Pietro riu - Eu nunca quero te ver zangado comigo!
- Não vais querer mesmo! - Enzo também riu - Bem, eu vou até a parada de ônibus. E quanto a ti? vais ficar por aqui?
- Ah, não! Eu moro perto daqui, então vou almoçar em casa, mas vou pegar um ônibus também!
- Bom, então podemos ir juntos.

Os dois saíram caminhando em direção à saída da universidade, conversando sobre outros assuntos e alheios ao fato de que, enquanto caminhavam pela frente da UFTU em direção à parada de ônibus, estavam sendo observados por Daniel e Frida, a qual exclamou:

- Não disse que ele estava caçando alguém!
- É... - Disse Daniel distraidamente - Bom, eu não tenho nada com isso mais!
- Com certeza não! Você fez muito bem em ter me ligado! Eu sou a pessoa certa pra você e não aquele pobretão que te levou pra um mau caminho. Tenho certeza que a sua mãe me aprovaria como nora!
- Frida, a gente pode não falar da minha mãe?
- Ah, claro...claro...eu sinto muito!
- Tudo bem!

No dia seguinte, Enzo caminhava da parada de ônibus até a entrada da universidade, quando encontrou Pietro, que vinha correndo ao seu encontro:

- Bom dia Enzo! Como estás hoje?
- Bem Pietro! - Disse Enzo sorrindo - Obrigado por perguntar!
- Olha, eu queria te fazer um convite...não sei se vais querer mas estou convidando assim mesmo! Uma amiga vai dar uma festa de aniversário hoje a noite e eu queria te convidar pra vir comigo!
- Pietro, eu agradeço o convite mas...não sei...eu não estou bem no clima...e eu também nem ao menos a conheço!
- Não tem problema! Ela é muito legal e acho que não vai se importar! Na verdade eu ia pedir isso a ela hoje, então...só pensa nisso tá?! Depois me responde!
- Humm...Tudo bem, eu vou pensar! - disse Enzo com um sorriso amistoso - Mas agora eu realmente preciso ir! Estou atrasado pra aula!
- Ah, claro! Eu também estou! Nos vemos na "Snacks" depois então!
- Pode ser! - Finalizou Enzo.

Quando entrou na sala de aula, Enzo percebeu que não haviam muitas pessoas e que o professor ainda não havia chegado. Ao indagar sobre isso a uma colega, esta lhe informou de que o professor chegaria atrasado, então caminhou até o fim da sala e se sentou em uma carteira vazia. Segundos depois, Frida caminhou até ele e disse:

- Oi querido! Como está esse bumbum? Muito dolorido do pé na bunda que você levou?
- O que queres Frida?
- Só quero dizer como eu e o Daniel estamos felizes juntos novamente! Acho que a sua tentativa de nos separar e levar ele para "o outro lado" não deu muito certo né? Deves ser muito ruim como namorado mesmo!
- Frida, me faz um favor? - Enzo olhou fixamente pra ela - Sai de perto de mim e finge que eu não existo! - Então ele se levantou e continuou falando: - Estás feliz porque o Daniel voltou pra ti? Parabéns! Espero que vocês passem toda a eternidade juntos! Aí vais enxergar que apesar de lindo, gentil, meigo e, extremamente, atraente, ele é uma bomba nuclear que explode com a menor pressão! - Ele foi elevando tom de voz gradativamente - Quando isso acontecer, espero que ele te dê um pé na bunda assim como fez comigo! Ou melhor, que ele fique para sempre ao teu lado até não aguentares mais nem olhar para cara dele! - Nesse momento, todos na sala estavam em silêncio e de olhos atentos nos dois - Agora, para de ser ridícula e sai daqui, faça-me este favor!

Depois disso, as pessoas na sala irromperam em vivas e aplausos, assim como gritos de aprovação, os quais deixaram Frida tão vermelha quanto um tomate e a fizeram sair correndo da sala. Ao mesmo tempo, o professor entrou na sala e os estudantes, exceto Frida, sentaram-se para assistir à aula. Enzo se sentia um pouco envergonhado por ter se excedido daquela forma, mas, ao mesmo tempo, estava aliviado em ter dito aquelas coisas para Frida e ter feito ela se calar.
Quando a aula terminou, Enzo, que estava mais leve, caminhou até a "Snacks", a fim de de encontrar com Pietro, como haviam combinado mais cedo. Ao chegar lá, o rapaz comprou algo para lanchar e esperou alguns minutos antes que o seu amigo chegasse esbaforido e falasse:

- Desculpa a demora Enzo! Esperastes muito?
- Calma Pietro! Sentai aí primeiro - disse Enzo fazendo sinal com as mãos para que Pietro sentasse - Eu cheguei faz pouco tempo!
- O professor levou a aula até mais tarde e o assunto vai cair na prova, então tive que esperar até terminar! - Pietro ainda estava recuperando o fôlego - vim correndo por achar que pudesses estar esperando há muito tempo!
- Já disse que acabei de chegar - disse Enzo rindo - Não tem problema!
- Olha isso, um sorriso! - ressaltou Pietro - Estás bem melhor se comparado a como eu te encontrei ontem!
- De fato, eu com certeza estou bem melhor Pietro! - Respondeu Enzo.
- Que bom! Mas algum motivo especial?
- Ah tem! Quer ouvir sobre a minha aula da manhã? - disse Enzo com um sorrisinho irrompendo no rosto.

Depois de ouvir atentamente sobre a discussão entre Enzo e Frida, Pietro mal conseguia disfarçar a surpresa e tampouco segurar o riso, então disse:

- Dissestes mesmo isso pra ela?
- Claro! - Disse Enzo com firmeza - alguém tem que mostrar para aquela garota que nem todo mundo quer saber sobre o que acontece com ela!
- Nossa! - Pietro ainda ria bastante - Arrasastes com ela!
- Bem...a turma ajudou! - disse Enzo, também rindo.
- É verdade! Mas, mudando de assunto, e sobre o convite que eu te fiz hoje?
- Ah, sobre isso...eu aceito! - Enzo tinha um sorriso sincero no rosto - E desde já agradeço! Eu não devo deixar de me divertir por causa de alguém que está me fazendo tanto mal! Mas, a tua amiga confirmou se eu posso ir mesmo?
- Claro, ela disse que adoraria que fosses! Bem...na verdade ela pensa que a gente tem alguma coisa... - Pietro corou levemente - Eu disse a ela que somos apenas amigos, mas mesmo assim ela insiste em pensar isso...mas enfim...o importante é que ela disse que está tudo bem se fores!
- Ah...bem...que bom então - Enzo também estava corado e sem jeito.

Os dois permaneceram algum tempo sem saber o que dizer, então o silêncio foi quebrado quando Enzo disse:

- Bem, nesse caso, eu tenho que ir escolher uma roupa legal e comprar um presente! Ainda bem que hoje eu não tenho aula à tarde!
- Eu tenho, então terei que ficar aqui até mais tarde. Depois vou em casa trocar de roupa. Se quiseres posso ir te buscar, o que achas?
- Você tem carro?
- Ah...bem, não...é de um tio meu...ele vai me emprestar!
- Ah ta! - Respondeu Enzo - Queres que eu fique aqui contigo até a hora de ires pra aula?
- Seria legal! Podemos conversar mais! - Disse Pietro prontamente.

Às duas da tarde, Pietro foi para a aula da tarde e Enzo foi até o shopping comprar um presente para a amiga do rapaz, cujo nome ele percebeu que não sabia e tampouco conhecia as suas preferências, então comprou uma pulseira, a qual ele pensou ser o presente mais provável de não errar.
Antes de se despedirem, os rapazes trocaram números de celular, a fim de se comunicarem quando Pietro fosse buscar Enzo. Então, às nove da noite, Pietro, que estava sendo guiado por Enzo sobre o endereço de sua casa, finalmente chegou e os dois partiram em direção ao aniversário.
Ao chegarem na festa, que ocorria em um enorme salão alugado pela aniversariante, Enzo cumprimentou e entregou o presente à amiga de Pietro que adorou a pulseira e não parava de mencionar como os dois rapazes formavam um lindo casal, o que constrangeu a ambos. Depois que a garota foi embora, Pietro se apressou em dizer:

- Eu juro que não incentivei ela a pensar essas coisas!
- Relaxa Pietro - disse Enzo rindo - Eu achei engraçado e, na verdade, adorei a tua amiga! Além do mais nós sabemos que isso não é verdade certo?
- Certo! - disse Pietro aliviado - Vem, vamos procurar alguns lugares pra sentar!

Os dois caminharam até encontrar um lugar vazio no enorme salão, então, quando sentaram, Enzo disse:

- Eu vou buscar um refrigerante! Podes guardar meu lugar?
- Claro! Mas não demora tá? Lugares em festas são coisas muito preciosas - disse Pietro rindo.
- Tudo bem, eu já volto - respondeu Enzo.

Quando voltava para o seu lugar, depois de ter pego os refrigerantes, Enzo teve uma surpresa: as pessoas que ele menos esperava e/ou queria encontrar naquela festa, Frida e Daniel, estavam acabando de adentrar o salão. O rapaz não sabia o que fazer, então se apressou em caminhar mais rapidamente e acabou esbarrando em algumas pessoas, o que chamou a atenção de Daniel, que avistou o rapaz, enquanto Frida conversava com a aniversariante, que, aparentemente, era sua amiga.
A partir daquele momento, Daniel passou a observar o lugar em busca de ver Enzo novamente, enquanto, em contrapartida, Enzo estava alerta para não ser notado pelo ex-namorado enquanto conversava com Pietro nos lugares em que haviam sentado anteriormente. Porém, Pietro percebeu a tensão de Enzo e indagou:

- Enzo...aconteceu alguma coisa? Estás te sentindo mal? Queres ir embora?
- Não...quer dizer...sim, aconteceu! - disse Enzo incerto.
- O que foi? Me conta! - Pediu Pietro.
- O Daniel está aqui! - Enzo disse isso tão rápido e baixo quanto conseguiu.
- Ele está te seguindo? Mas como ele sabia que estarias aqui?
- Não! Ele veio com a Frida...eu não sei, eu acho que ela conhece a Vitória (a aniversariante).
- Ah sim, pode ser isso! Mas...queres ir embora? Eu posso te levar pra casa, sem problemas! Ou, sei lá, podemos ir pra outro lugar, eu sei que a Vitória vai entender!
- Bem...eu não sei, se eu sair e a Frida souber disso ela vai espalhar pra todo mundo que eu tenho medo dela ou que eu não consigo aguentar o fato dela estar com o Daniel! - Enzo estava confuso e agitado - Mas, tudo bem, deixa só eu ir ao banheiro e nós vamos pra outro lugar! - disse ele decidido.
- Tá certo, mas pra onde queres ir?
- Barzinho, boate, tanto faz Pietro! Só me tira daqui!
- Tudo bem! Vai lá ao banheiro que eu te espero aqui.

Quando se levantou e caminhou em direção ao banheiro, ele foi avistado por Daniel, que prontamente se levantou e disse a Frida, a qual estava alheia à presença de Enzo na festa, que iria ao banheiro também. Quando o rapaz chegou no local, encontrou Enzo lavando as mãos e o rosto. Quando este o viu, ficou tão surpreso e nervoso que não conseguiu ter qualquer reação. Então, Daniel teve a iniciativa de dizer, enquanto caminhava em direção a Enzo:

- Oi...acho que precisamos conversar.
- Não - Enzo se afastava na medida em que Daniel se aproximava dele - eu não quero conversar com você!
- Mas eu acho que as coisas ficaram muito ruins entre nós! Eu não queria que fosse assim Enzo! - Daniel continuava avançando em direção a Enzo.
- Não parece! Na verdade, parece que você não precisa, absolutamente, de mim na sua vida! - Enzo se trancou em um box - Vai embora!
- Não é verdade...eu tenho saudades de você! Eu estava confuso naquele dia no pátio, eu não sabia o que dizer e acabei falando besteira! - Daniel batia de leve na porta do box onde Enzo estava - Vamos conversar! Eu quero esclarecer as coisas!
- Nós não temos nada pra conversar! - Enzo começou a chorar - Apenas vai embora!
- Não Enzo...abre a porta! Conversa comigo!
- Eu já disse que não quero! VAI EMBORA! - Enzo estava enfurecido e ainda chorava.
- Tudo bem, eu vou embora...

Quando o banheiro ficou em silêncio, Enzo abriu a porta do box e caminhou em direção à pia, para lavar o rosto, ainda molhado pelas lágrimas, porém, antes que fizesse isso, Daniel apareceu, vindo de outro box e o segurou pelo punho, dizendo:

- Enzo, nós precisamos conversar!
- Me solta - Enzo não ofereceu resistência, apenas chorou e implorou - Para de me fazer sofrer, eu quero ficar em paz! Se você prefere a Frida, tudo bem! Mas, por favor, para de me fazer sofrer, porque eu já não aguento mais ter que chorar!
- Enzo... - Daniel solto o braço dele, porém pôs a mão em seu rosto e o levantou para olhá-lo. Ao ver as lágrimas em seu rosto, Daniel não conseguiu se conter, abraçou o ex-namorado, que parecia tão frágil naquele momento, e depois o beijou. Porém, segundos depois, como que se arrependendo do impulso, soltou Enzo e exclamou: - Não! Não era isso que eu queria! Isso não pode acontecer!
- Daniel - disse Enzo ainda com os olhos vermelhos - O que você quer afinal? Por que veio falar comigo se não me queres?
- Eu...eu só queria dizer que eu gosto de ti e que quero que fiques bem, mas nós não podemos ficar juntos! Isso não pode mais acontecer!
- Certo... - Enzo enxugou as lágrimas com um papel-toalha e, virando-se para Daniel, disse com muita firmeza: - Então me faz um favor, vai embora da minha vida e nunca mais volta! Simples assim! Quer me ver ficar bem? Me deixa viver a minha vida e apagar todo e qualquer rastro da tua existência nela! Isso vai me fazer tão feliz quanto eu jamais poderia sonhar! Tudo bem assim?
- Claro... - Disse Daniel calmamente, com a cabeça abaixada - Claro, eu posso fazer isso! - Então caminhou para a porta.
- Espera - Disse Enzo o impedindo de sair - Só mais uma coisa: por que? Me explica o porquê! Eu preciso saber!
- Você só não é a pessoa certa! Eu não posso ficar com você! Minha mãe não aprovaria! - Dito isso Daniel virou as costas e saiu.
- Sua mãe?! Espera! - Enzo pediu, porém Daniel já tinha ido embora.

Enquanto caminhava de volta a seu lugar, Daniel se perguntava se estava fazendo a coisa certa, já que ele estava com alguém que a sua falecida mãe aprovaria e estava honrando a sua memória, porém ao alto custo de perder Enzo, primeiro como namorado e agora como amigo, já que o rapaz o odiava por ter partido o seu coração, o que, bem no fundo, ele podia entender.
Enzo, por sua vez, estava devastado por ter perdido Daniel. Entretanto, o rapaz se questionava se aquilo poderia ser o fim de uma guerra que ele jamais poderia ter vencido, já que ele e Daniel tinham passado por tantas batalhas e continuado juntos, somente para terminarem separados. Assim, será que ele deveria retirar as tropas de campo até que estivessem fortes o suficiente para outra batalha ou deveria simplesmente aceitar que aquela era uma guerra perdida? Aquilo era o meio de uma guerra ou um fim que indica um novo começo?
Essas perguntas invadiram a cabeça de Enzo, que permaneceu no banheiro tentando se recompor e pensando se ele havia ganho a liberdade para seguir sua vida ou tinha perdido a batalha para manter o seu grande amor.

sábado, 22 de março de 2014

Plata Quemada (Plata Quemada)

Plata Quemada (Plata Quemada), 2000


Angel (Eduardo Noriega) e Nene (Leornardo Sbaraglia) são dois matadores inseparáveis, conhecidos no meio como "os gêmeos", além de serem amantes. Em um novo trabalho, que parecia fácil, acaba ocorrendo um verdadeiro massacre e os dois decidem fugir para o Uruguai, a fim de evitar que sejam mortos. Lá eles se escondem em um apartamento emprestado por um mafiosos local, onde esperam a chegada de novos documentos fraudados que permitam que eles viajem para o Brasil. Porém, quando os documentos demoram a chegar, a tensão eles eles cresce, chegando a níveis insuportáveis, que prejudicam a relação.

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domingo, 16 de março de 2014

Capítulo 1 - A Benção dos Imortais (Cont.)

06 DE NOVEMBRO DE 2012, 08:25

Há nove dias, Ethan não imaginava que estaria atravessando os Estados Unidos sozinho e nem que ele não teria para onde voltar depois que a sua jornada terminasse. Aquelas imagens ainda vinham à sua cabeça intermitentemente e nem mesmo o cansaço que o seu corpo sentia conseguia mudar o rumo dos seus pensamentos.
No dia 28, um domingo de outubro como outro qualquer, o garoto estava tendo bons momentos ajudando o seu pai, um dono de restaurante que adorava passar as horas vagas cozinhando com o filho, o qual tinha um jeito especial de ajudá-lo a preparar a comida: esquentando, tostando, torrando, assando e até mesmo flambando, a partir do poder sobre o fogo que ele descobrira possuir aos dez anos de idade. Porém, algo diferente aconteceu naquele dia, quando ao tentar acender a churrasqueira o garoto a explodiu com uma grande bola de fogo. Isto, com certeza, surpreendeu o pai, que exclamou:

- Ethan! O que...foi isso?!!
- Pai...eu não queria...eu não sei...
- Tudo bem, eu sei que você não queria. Você não se machucou, certo? - o pai o inspecionou de cima a baixo, e, exceto por cinzas vindas da churrasqueira em chamas, o garoto não tinha sofrido nenhum tipo de queimadura.
- Não pai, relaxa! Eu não me queimo, lembra?
- Tá certo, mas eu não posso deixar de me preocupar! Agora...Ethan, será que você poderia dissolver o fogo meu filho? Os vizinhos não vão gostar de ver essa fumaça toda!
- Ah...claro pai - O garoto ergueu ambas as mãos em direção ao objeto incinerado e as chamas que ainda estavam ativas voaram em sua direção e então se esvaíram.

Segundos depois um triângulo incandescente surgiu no chão próximo ao garoto, que já o conhecia e, de modo muito familiarizado, esperou por uma mensagem, que veio em seguida: Se você não seguir as minhas recomendações, coisas como essas se tornaram ainda mais frequentes. Um elemental do fogo sem treinamento pode ser um perigo para si e para aqueles que o cercam! Pense nisso. Flamus.
Quando tinha doze anos, Ethan vira o mesmo simbolo se materializar na sala de sua casa, enquanto ele assistia televisão, porém, naquela época, a usual mensagem lhe instruía a ir procurar pelo imortal que lhe concedera os seus poderes. Confiante de que ele conseguiria, com o auxilio do pai, controlar os seus poderes, o garoto não respondeu à mensagem, que aparecia sempre na mesma hora e local, com a mesma mensagem, desde aquele dia. Por isso, o fato do triângulo, simbolo de Flamus, mostrar outra mensagem, em horário e local diferentes, deixou Ethan e o pai preocupados. Diante disso, o pai do garoto imediatamente comentou:

- Ethan...eu acho que você realmente precisa ir...
- Não pai! Relaxa, eu só perdi o controle um pouco...preciso treinar mais meu autocontrole...mas não é necessário! - O garoto parecia decidido sobre aquilo, pois, de fato, o que lhe impedira de seguir as orientações de Flamus foi o pensamento de deixar o pai sozinho, já que este sempre dedicou a vida somente a ele quando a esposa morreu após o parto.
- Eu sei que você não quer me deixar sozinho meu filho, mas você viu o que Flamus escreveu...os seus poderes podem ser perigosos para você se não tiver treinamento!
- Mas pais...
- Não meu filho - o pai dele também estava decidido - É necessário! Amanhã, quando a estrela aparecer de novo, você vai segui-la até Flamus, conseguir treinamento e controle sobre os seus poderes, só depois você poderá retornar a essa casa, que sempre vai estar te esperando!

Mesmo após a afirmativa do pai, Ethan ainda tentou argumentar contra a partida de sua casa, porém foi veementemente convencido de que isto seria o melhor para ele. Naquela noite, ambos arrumaram mantimentos, roupas e outros artigos indispensáveis à jornada que o garoto enfrentaria, entretanto, quando tudo indicava que a viagem ocorreria bem, Ethan resolveu fazer um último apelo:

- Pai, eu não quero te deixar sozinho aqui! Não tem ninguém pra olhar por ti! O senhor passa o tempo todo no restaurante...quem vai cuidar dessa casa? Quem vai te ajudar?
- Calma filho - o pai do garoto pousou a mãe suavemente no seu ombro e afirmou decidido: - Eu vou saber me virar...eu também não quero que você vá meu filho...mas eu fui imprudente em te apoiar quando decidistes não seguir Flamus da primeira vez...você precisa ir...
- NÃO É JUSTO! - o garoto bradou - EU NÃO QUERO IR! POR QUE ESSE IMORTAL QUER AFASTAR DE VOCÊ PAI?

Sem perceber o garoto balançava os braços energicamente em meio ao seu acesso de raiva, porém, repentinamente, uma fagulha surgiu da ponta da sua mão direita, a qual começou a irradiar ao longo do braço até atingir todo o corpo. Ethan nunca se machucou com o fogo, afinal ele era um elemental, porém ele sentiu como se sua pele começasse a ser consumida pelas chamas e, no minuto seguinte, tudo ficou fora de foco até sumir.
Ethan acordou sobressaltado e as coisas ainda estavam fora de foco, porém, pelo som ensurdecedor de sirene, ele deduziu que estava em uma ambulância e havia alguém debruçado sobre ele. Ele tentou balbuciar algo, mas não conseguiu, pois antes de conseguir falar tudo sumiu novamente.
Na segunda vez em que acordou, novamente sobressaltado, ele já conseguia distinguir as formas ao seu redor e verificou que estava em um leito de hospital. Como se lembrasse de algo urgente, ele olhou a sua pele e constatou que ainda estava integra, apesar de recordar de uma dor excruciante antes de desmaiar. Este pensamento remeteu a outra questão: onde estava o pai?
A sua resposta veio em seguida, através de uma enfermeira, que parecia bastante satisfeita ao vê-lo consciente, já que, segundo ela, o garoto tinha dormido por três dias. Ao indagar sobre o pai, o Ethan teve o maior choque da vida ao saber que ele morrera em um incêndio acidental, cuja fonte ainda estava sendo investigada. Isto o levou a outro desmaio.
Quando voltou à consciência, Ethan não teve tempo de pensar sobre o que a enfermeira havia lhe dito, pois ele se deparou com uma figura bem incomum de pé ao lado do seu leito: um homem alto, aparentemente forte e com traços faciais rústicos, o qual vestia um sobretudo amarelo ouro e, o mais impressionante, o garoto poderia jurar que havia uma aura de energia ao seu redor, porém poderia ser algum efeito colateral do acidente ou de alguma medicação, pois as pessoas não saem brilhante por ai quando querem, pensou ele. A despeito da sua surpresa, o homem falou calmamente:

- Olá Ethan! Vejo que está...melhor!
- Err...quem é você? - perguntou o garoto, confuso pelo modo familiar com que o homem o tratava.
- Ora, você não reconhece aquele que lhe fez um elemental? - Falando pausadamente, o homem finalizou a frase com uma piscada.
- Você...você é Flamus?! - o garoto passou do choque à raiva em pouco segundo, então completou: - O QUE VOCÊ QUER AQUI? JÁ NÃO BASTA TER CAUSADO A MORTE DO MEU PAI?
- Ethan - retrucou o homem, ainda muito calmo - não fui eu quem causou a morte do seu pai - ele fez uma pausa, então continuou: - eu sinto muito por lhe dizer isso...mas você mesmo causou isso minha criança!
- CALA A BOCA! - Ethan iniciou um choro incontrolável, porém continuou bradando - EU NÃO SOU CRIANÇA! VAI EMBORA...ENFERMEIRA, ESSE HOMEM ESTÁ ME IMPORTUNANDO!
- Sinto muito Ethan, somente os elementais podem ver e falar com os Imortais. Nesse exato momento, as demais pessoas deste hospital, inexplicavelmente, tem um sensação de que não devem vir aqui!
- O que? - Ethan pensou sobre isso, então disse rispidamente: - O que queres? Vais me matar por não ter ido para o seu estúpido "treinamento"?
- Mas é claro que não - Flamus não perecia nem minimamente afetado pelas palavras de Ethan - Você foi o meu escolhido...veja bem, os elementais são escolhidos por predisposições que nós Imortais percebemos nas crianças que abençoamos, sendo que cada um é escolhido por possuir características dos elementos com os quais são escolhidos.
- E o que isso tem a ver comigo? - perguntou o garoto ainda irritado.
- Bem, olhe só pra você! Intenso, incontrolável e determinado, tal como o elemento com o qual foi abençoado, porém, por esse mesmo motivo, os elementais do fofo acabam sendo, digamos assim, "problemáticos". Bom, deixe-me ir direto ao assunto, é muito incomum que os elementais sejam visitados pelos Imortais antes de se provarem dignos de tal glória, porém o jeito usual, através dos nosso simbolo-guia, pelo visto não deu certo com você, então eu tive que vir até aqui para lhe advertir, novamente - Flamus ressaltou a última palavra - de que um elemental sem treinamento é muito perigoso para si mesmo e para aqueles ao seu redor! Infelizmente, quando eu cheguei à sua casa, no dia do acidente, eu não pude fazer nada pelo seu pai, porém consegui lhe salvar de ser consumido pelas chamas.
- Ah - Ethan lembrou da dor que sentiu no dia do incêndio - Mas eu pensei que eu não poderia ser machucado pelo fogo!
- Oh, não é bem assim. Preste atenção, vocês elementais são apenas abençoados pelos nossos poderes, porém ainda são mortais e não tem total controle sobre os seus elementos! Bem, é aqui que entra a importância do treinamento, pois através dele nós os ensinamos a ter o máximo controle possível sobre eles!
- Mas por que aconteceu aquilo? - Ethan parecia mais tranquilo, embora ainda preservasse o ar hostil.
- Há uma única situação que pode causar a morte de um elemental pelo seu próprio poder Ethan: Falta de energia causada por cansaço, fadiga e/ou estresse físico ou mental!
- Mas eu não...
- Você ia dizer que não estava cansado no momento do acidente? - interrompeu o Imortal - bem, vamos recapitular, você não queria deixar aquela casa e, por mais que seu pai lhe dissesse para fazer aquilo, você ainda se sentia angustiado por deixá-lo, não foi isso?
- Bem sim...mas...
- Deixe-me terminar Ethan! A angústia causa um estresse emocional tão grande que é como se, aos poucos, fosse cansando a nossa mente aos pouco! Por que você acha que há tantos casos de pessoas que viram casos de psiquiatria devido ao estresse e às elevadas demandas cotidianas da sociedade? Você sucumbiu ao medo de perdeu o seu pai e, eu lamento em dizer, que foi isso que o fez perdeu o controle...
- Mas, como você me salvou então?
- Bem, quando um elemental perde o controle ele sucumbe aos efeitos do seu elemento, como qualquer mortal, porém em um ritmo mais lento, então, quando eu, para sua sorte, cheguei à sua casa, você estava no...meio do processo...digamos assim. Mas afinal eu sou o Imortal do fogo, então consegui reverter o processo a tempo, mas devo lhe advertir que, se você estivesse em um nível mais avançado, não haveria nada que eu pudesse fazer, então seja mais cuidadoso.
- Cuidadoso? - Ethan estava indignado.
- Sim, cuidadoso - Flamus falou de modo indiferente à indignação do garoto - vou lhe contar algo que deveria lhe ensinar só depois, mas não estamos em um caso tipico certo? Bom, eu vou lhe dizer como os seus poderes funcionam: cada Imortal insere um pouco da sua energia junto com a energia vital dos elementais, então elas trabalham juntas para você possam viver normalmente, com o aditivo de poder controlar um elemento especifico. Porém, esta é uma relação estável e, ao mesmo tempo, frágil, pois, caso a energia vital seja abalada por algum motivo, vocês irão sucumbir à energia elemental, tal como aconteceu com você!
- Ah, então isso funciona como Yin e Yang?
- Bem...esse é um jeito interessante de ver as coisas, mas, sim, pode-se dizer que elas funcionam dessa maneira. Agora preste bastante atenção ao que eu vou dizer, pois isso é o mais importante, a energia vital dos mortais pode ser perturbada quando há um esgotamento físico ou mental, e é isso o que pode causar a morte e um elemental! Entendeu agora?
- Sim, você injetaram um veneno em nosso organismo, que vai nos matar se nos ficarmos cansados!
- Ora, não seja bobo! Uma grande dádiva como a benção de um imortal não pode vir sem alguma fraqueza...ser um elemental é uma grande honra! Mas, se você não souber como usá-la a seu favor, realmente, uma grande maldição! Portanto, se você vier ao meu encontro,  eu prometo que posso tornar a sua momentânea perda em algo que seu pai iria se orgulhar?
- Como?
- Apenas venha ao meu encontro e você verá! Eu já passei muito tempo aqui, alias muito além do que deveria, mas eu repito: venha ao meu encontro e se torne grandioso, como o seu iria querer.

Flamus desapareceu bem diante dos olhos de Ethan em um labareda de fogo que deixou uma fumaça residual, a qual permaneceu alguns segundos no ar até desaparecer também. Em seguida, um triângulo incandescente, algo familiar a Ethan, apareceu em seu colo e, como esperado, mostrou uma mensagem:  Ethan, espero que reflita sobre o que eu disse. Se quiser me encontrar, mostre ao triângulo um prova do seu poder e ele lhe guará. Flamus.
Ethan passou alguns minutos pensando sobre o assunto, durante os quais o triângulo, estranhamente, permaneceu em seu colo, o que lhe chamou a atenção, já que ele usualmente desaparecia em questão de segundos. Após longos minutos de reflexão, Ethan pensou o que eu tenho a perdeu?, então mostrou uma pequena chama ao triângulo que brilhou intensamente e deixou a seguinte mensagem: Vulcão Yellowstone.
No dia 06 de novembro, às 08:25 da manhã, Ethan chegou ao parque de Yellowstone, no estado de Wyoming, perguntando-se o porquê de Flamus o ter levado até aquele lugar e pensando se isso, realmente, era o que o pai dele iria querer, o que lhe causou uma forte sensação de aperto no peito e o fez desviar os seus pensamentos para a procura pela próxima pista que Flamus daria para lhe conduzir até o seu tão controverso treinamento.

terça-feira, 11 de março de 2014

Prayers For Bobby (Orações Para Bobby)

Prayers For Bobby (Orações Para Bobby), 2009


Baseada em fatos reais, a história mostra a história de Mary (Sigourney Weaver), uma cristã devota que descobre que seu filho Bobby (Ryan Kelley) é homossexual. Depois que a mãe o submete a terapias e ritos religiosos de "cura", o garoto não suporta a pressão e comete suicídio se atirando de uma ponte. Depois desse fato, Mary descobre um diário de Bobby e passa a entender de fato o que se passava na mente dele, o que a leva a interpretar de outra forma os textos bíblicos, passando a acreditar que a homossexualidade não é condenável, tornando-se então uma ativista dos direitos dos homossexuais.


sábado, 8 de março de 2014

Is It Just Me? (Sou Só Eu?)

Is It Just Me? (Sou Só Eu?), 2010

Blaine (Nicholas Downs) é um rapaz frustrado com o amor e com a sua incapacidade de encontrar o cara certo, até que, em uma sala de bate-papo, ele conhece Xander (David Loren), um jovem doce que recentemente se mudou para Los Angeles e que parece o seu par ideal. Porém, devido a uma confusão no perfil que Blaine usou no chat, essa história vai ser bem mais complicada do que deveria ser.

Trailer




quarta-feira, 5 de março de 2014

Capítulo 4 - Heliópolis: Minha Ascensão e Minha Queda (Cont.)

Conforme nos aproximávamos do quarto real, eu percebi um tom exaltado de voz, que deduzi ser do meu pai e, quando atingimos o aposento, presenciei o rei de Heliópolis vociferando:

- COMO ELE OUSA INFLUENCIAR OS MEUS OFICIAIS!

Quando ele percebeu que eu adentrara o quarto, o rei se virou para mim e exclamou:

- Ah sim...aí está ele!
- Aconteceu alguma coisa pai?
- E ainda tem o disparate de perguntar...sim meu filho! Aconteceu alguma coisa! Imagina que eu estou subindo as escadas e ouvi um barulho estranho em um dos aposentos do castelo, então fui averiguar e, quando abri a porta, encontrei os meus dois oficias de maior confiança, os quais eu mandei pessoalmente buscarem você em Luminus, ao beijos e seminus!

Eu senti um aperto no estômago e percebi que ele se referia a William e Tomás, porém não queria deixar transparecer que já sabia daquilo, então disse:

- Mas o que isso tem a ver comigo? Quero dizer...vocês estavam falando de mim quando eu entrei...certo?
- Sim...nós estávamos meu filho...bem...seu pai acha que o comportamento dos oficiais tem alguma relação com o tempo que passaram lhe trazendo de Luminus...mas não creio nessa hipótese!
- Eu creio nisso! Você deve ter lhes incutido essas ideias estranhas de comportamento que vinha praticando aqui dentro do castelo antes de ser exilado!
- Meu pai, eu lhe afirmo que não lhes incuti qualquer ideia que seja, alias nós nem conversamos apropriadamente, fora durante as refeições, pois seguimos caminho em cavalos diferentes e nos instalamos em quartos diferentes durantes as estadias em outras cidades! Bernardo e Manoel podem confirmar!

Meu pai olhou para os dois, que apenas confirmaram com gestos de cabeça. Porém, isso não o impediu de continuar:

- Bem...ainda que não tenha tido uma influência direta, aposto que a sua volta triunfal do exílio levou estes homens a pensar que podem se comportar dessa maneira em meu reino. Mas eles estão muito enganados, pois se você não os influenciou diretamente, então eles estavam enganando o rei debaixo do próprio teto...tendo estas praticas abomináveis! O que torna o crime ainda mais grave!
- Pai, eu não acho...
- Mandarei prendê-los nas masmorras e prepararei sua execução para amanhã!
- Meu rei...seja razoável! William e Tomás são os oficiais mais eficientes e dedicados que já tivemos em muitos anos! Além disso, nós já conversamos sobre esse assunto, lembra? Você prometeu que iria procurar entender o caminho que nosso filho tem que trilhar!

Por um momento, minha mãe olhou diretamente para mim, sorriu, então olhou para Bernardo e depois voltou a fitar o meu pai, dizendo:

- Você refletiu sobre isso?
- Carmen, meu amor, não posso hesitar em punir algo tão deplorável! Oficiais são fáceis de se encontrar e...bom...quanto ao Felipe...ele é nosso filho...embora eu não aprove esse caminho...ele é nosso filho.

Aquela afirmação me deixou, estranhamente, feliz, pois, embora eu ficasse triste pelo fato do meu pai ainda achar que gostar de alguém do mesmo sexo é deplorável a ponto de executar dois dos seus melhores oficiais, era reconfortante saber que ele ainda me considerava seu filho.
Naquele momento, para minha surpresa, Manoel interveio na conversa:

- Com a sua licença Vossa Majestade...não que eu queira me intrometer nos assuntos reais, mas eu acho que não há necessidade de punir os seus oficias por gostarem um do outro, afinal eles não estavam matando, roubando ou torturando ninguém...apenas estavam demonstrando carinho um pelo outro.
- Desculpe-me senhor...mas não aceito receber conselhos de alguém vindo daquele povoado...
- O que quer dizer com isso Vossa Majestade?
- Ah, não pense que eu não sei o que ocorre naquele povoado! Os meus oficiais me matem informado do "estilo de vida" que vários dos seus habitantes vem tendo! Mas eu faço vista grossa para isso, unicamente porque Luminus é um vilarejo que contribui muito com o reino!
- Bom, com todo respeito Vossa Majestade, meus conterrâneos não fazem esforço algum  para esconder o nosso "estilo de vida"!
- Mas que insolência! Vem ao meu castelo me dizer que o seu povo não está preocupado em seguir as leis do rei?!
- Claro que não Vossa Majestade! Mas, como o senhor deve se lembrar, Luminus é um vilarejo que goza de certa autonomia em comparação ao resto dos vilarejos que estão submetidos ao Reino de Heliópolis! Nesse sentido, os habitante de Luminus não veem problema no fato de dois homens ou duas mulheres formarem um casal, inclusive dois dos meus quatro filhos optaram por esse "estilo de vida", como o senhor disse.
- Isso é o suficiente! Vou mandá-lo prender agora mesmo por desrespeitar o rei e por infringir a lei que proíbe esse "estilo de vida"!
- Otávio!
- Não pai! Por favor, não o prenda!
- Felipe, isso é necessário para manter a ordem no reino!
- Mas pai, ele...ele é minha família também!
- Não seja tolo Felipe! Esse senhor o abrigou por algum tempo, mas nós é que somos sua verdadeira família!
- Pai...ele é meu sogro...
- Sogro...mas com quem você se envolveu nesse tempo em que esteve longe?

Nesse exato instante, meu pai olhou para Bernardo, que tinha uma expressão apreensiva no rosto, então exclamou:

- Ah...claro! Viu Carmen? Como posso mostrar um exemplo ao meu povo, se meu próprio filho não segue a lei?
- Otávio...pense no que eu lhe disse! Vamos abolir essa lei!
- O senhor pode fazer isso?
- É claro que posso! Eu sou o rei! Mas isso é irrelevante, pois eu sou adepto dos velhos costumes que consideravam esse tipo de comportamento uma abominação!
- Meu pai...se o senhor pode fazer isso...por favor, faça! Ou terá que me banir novamente, pois eu não mudarei meu "estilo de vida"!
- Felipe! Por que me colocas nessa posição? Você é meu único filho e sabes muito bem que eu não quero te banir para fora de Heliópolis! O que você ganha se envolvendo com esse mero camponês meu filho?
- Pai...
- Vossa Majestade! Eu amo o seu filho!

A atitude de Bernardo surpreendeu tanto ao meu pai quanto a mim, porém, rapidamente, o rei se recompôs e retrucou:

- Cale a boca camponês! Não ouse dizer baboseiras no meu castelo!
- Mas é verdade Vossa Majestade! Eu o amo e estaria disposto a ser banido com ele se fosse preciso!
- Bernardo...isso...
- Meu querido, aproxime-se para que eu possa falar com você!

Minha mãe olhava com ternura para Bernardo quando este se aproximou do leito, então continuou:

- Somente alguém que ame muito o meu filho realmente teria a ousadia de enfrentar o rei, que pode tanto bani-lo como mandar executa-lo, como está cogitando fazer com os dois oficiais!
- Eu de fato o amo Vossa Majestade! Não me vejo vivendo sem ele desde que o encontrei pela primeira vez!
- Que lindo! Era disso que eu estava falando felipe...amor verdadeiro!
- Carmen! Não incentive esse comportamento!
- Otávio...você se lembra o que o seu pai me disse, quando nos casamos? Que o nosso casamento era uma estratégia para trazer as tropas do meu reino pra dentro do seu, a fim de, quando tivesse conquistado a sua confiança, destruí-lo? Você concordou com ele?
- Evidentemente que não! Mas você é uma mulher e eu sou um homem, como tem que ser!
- Quem disse que precisa ser assim?
- Deus querida! Ele disse isso!
- Ele não disse isso pra você ou pra mim! Há somente alguns escritos que dizem que um homem  escreveu a partir do que ouviu dele, mas quem pode provar que esse homem não foi parcial em suas anotações ou que ele, simplesmente, não é doido?!
- A senhora está certíssima Vossa Majestade! Em Luminus nós glorificamos e Louvamos aos Senhor todos os dias e vários de nossos mais veementes religiosos tem um "estilo de vida" como o do seu filho! Inclusive, um dos meus filhos se casou há algum tempo com o companheiro em uma cerimônia religiosa celebrada por todo vilarejo!
- Viu Otávio! Perceba como alguns preceitos precisam ser mudados! Mude essa lei, por amor a seu filho e...por amor a mim! Lembra quando fizemos nossos votos? Amor acima de tudo! E olha o quão próspero tem sido o nosso reino sob essa premissa!
- Por favor pai!
- Tenho certeza de que o senhor é sábio para perceber que essa é a melhor alternativa!
- Com certeza Vossa Majestade!

Meu pai se calou, andou algum tempo pelo quarto, sendo acompanhado pelos olhos atentos das outras pessoas presentes no quarto, então deu um longo suspiro e disse:

- Muito bem Carmen, você venceu! Reconheço que o amor tem sido o nosso caminho desde sempre! Eu mudarei a lei, mas farei algumas restrições a esse comportamento relacionadas ao pudor e coisas afins! Farei o anúncio amanhã!

Todos os que estavam presentes no quarto, exceto meu pai, soltaram gritos de vivas e eu dei um forte abraço em Bernardo. Depois, virando para meu pai, disse:

- Muito obrigado pai!
- Não me agradeça Felipe! Eu de fato não concordo com isso que você escolheu para si, mas se a sua mãe não vê problemas eu me resigno a conviver com isso...agora eu vou providenciar os pormenores da mudança da lei.

Dito isso meu pai se retirou do local e eu fiquei conversando com a minha mãe, que estava muito animada em conhecer, como ela mesma se referira, um homem tão esclarecido como Manoel e um jovem tão corajoso como Bernardo. Passamos várias horas conversando sobre a vida em Luminus, tanto os aspectos que eu conheci quando estive lá quanto aqueles que eu nunca tomei conhecimento, relacionados a fatos e pessoas que viveram/vivem no vilarejo.
Depois de algum tempo, percebi que minha mãe estava mais ofegante e deduzi que ela estivesse cansada, então propus que fossemos para nossos quartos e a deixássemos descansar, o que foi assentido por Manoel e Bernardo.
No outro dia, eu acordei com o barulho causado por uma serva que tropeçara enquanto abria as cortinas do meu quarto. Depois de ajudá-la a se recompor, ela me informou que meu pai estava me esperando no salão real, então me vesti apropriadamente e fui ao seu encontro. Quando cheguei lá, encontrei meu pai sentado no trono real, com um pedaço de pergaminho nas mãos, o qual disse, ao me ver:

- Bom dia filho! Bem, como eu havia prometido, eu mudei a seguinte lei "Práticas de sodomia ou homossexualismo serão punidas com exílio ou forca" para "Práticas de sodomia ou homossexualismo serão julgadas pelo rei e punidas ou não de acordo com o seu bom senso". O que acha?
- Sinceramente pai? O que seria o seu bom senso, nesse caso?
- Bem, práticas que escandalizem o povo, atentem contra a moral e os bons costumes...exibicionismos, por exemplo, falta de pudor...esse tipo de prática...
- Pai, eu acho que isso está muito amplo e duvidoso, principalmente, porque a boa moral do povo é condenar os homossexuais por um simples beijo, por exemplo...bem, mas isso já é um começo...depois disso vai ser preciso que o povo entenda essas "práticas" apropriadamente, ou pelo menos o senhor, na verdade, já que é quem vai ser o juiz, certo?
- Sim...as condenações estarão sujeitas à minha opinião!
- Bem, apesar de tudo, o senhor sempre foi um rei sensato em muitos outros assuntos, então eu acho que já está de bom tamanho que as pessoas não sejam imediatamente mortas ou exiladas!
- Ah...bem...obrigado meu filho!

Meu pai começou a ficar muito vermelho e eu deduzi que foi pelo fato de ter dito a ele que ele era um rei sensato, mas, de fato, ele sempre fora em muitos assuntos do reino. O único assunto com o qual ele tinha pouca sensatez era o homossexualismo, mas, pelo visto, isto estava para mudar. Depois do rosto do meu pai voltar à coloração normal, ele continuou:

- Bem, então é isso! Vou anunciar a mudança na lei hoje ao meio dia!
- Certo! Bom, então eu vou colocar outras veste mais apropriadas a anúncios reais, digamos assim, e o encontro em seus aposentos, tudo bem?
- Claro, vá lá!

Eu, primeiramente, fui até o quarto de Manoel e depois ao de Bernardo, para lhes contar da mudança na lei e ambos, como eu, acharam que ela ainda não favorecia totalmente a liberdade dos homossexuais, mas pelo menos não lhes mandava diretamente pata a forca. Depois disso, eu lhes aconselhei a vestir roupas apropriadas para a ocasião e segui até meu quarto para também me vestir apropriadamente.
No horário em que meu pai havia mencionado, todos nós estávamos na sacada do quarto dos meus pais, incluindo a minha mãe que, com muito esforço, queria presenciar aquele momento no qual seria feito o anúncio da mudança da lei que proibia o homossexualismo para uma que, possivelmente, poderia permiti-lo.
Entretanto, para tristeza de todos que precisavam ou desejavam que aquela lei mudasse, o anúncio nunca foi feito, pois a minha mãe, inesperadamente, desmaiou em pleno discurso do meu pai, o que o levou a cancelar a cerimônia para verificar o estado da minha mãe, que, infelizmente, morrera no momento em que atingiu o chão. Em resumo: eu perdi a minha mãe e a minha possibilidade de voltar a Heliópolis como alguém que contribuíra para tornar a vida daqueles que amam alguém do mesmo sexo, possivelmente, um pouco melhor e suportável, pois eu sabia que o único motivo de estar ali gozando de privilégios como a anulação do meu exílio, a anistia de William e Tomás e, até mesmo, de Bernardo e Manoel, era o grande amor do meu pai pela minha mãe.
Assim, deu-se inicio à minha queda, pois, agora que a minha mãe se fora, o que dilacerou o meu coração, eu sabia que, provavelmente, eu precisaria fugir imediatamente, para escapar da intolerância do meu pai ao meu "estilo de vida", mesmo porque eu não queria que nada de mal ocorresse a Bernardo ou Manoel - as únicas pessoas em Heliópolis a quem eu realmente poderia chamar de família a partir daquele momento.