terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Capítulo 2 - Caminhos Cruzados (Cont.)

Conforme Enzo crescia, a sua curiosidade, comumente expressa motoramente, passou por uma fase de transformação, na qual toda a sua impetuosidade se voltou para o crescimento intelectual. Desse modo, desde cedo, Enzo se tornou uma criança muito interessada em novas leituras, novas descobertas através da sua imaginação, bem como desenvolveu um vocabulário bastante rico e oratória bem desenvolvida.
Ao longo de seu desenvolvimento, Enzo teve um plano de fundo muito rico, por meio do ambiente saudável e estimulante proporcionado pelos pais. Dessa maneira, teve bases fortes para desenvolver uma personalidade saudável, que envolve o respeito ao próximo, empatia, gentileza e senso crítico.
Um outro aspecto da biografia de Enzo teve sua primeira manifestação aos seis anos de idade, quando este passava o verão na casa de dois primos muito queridos, com os quais sempre teve muito contato. Durante o tempo que passou na casa deles, Enzo, naturalmente, participou de muitas brincadeiras e se tornou ainda mais próximo dos primos, sendo que, comumente, os três tomavam banhos juntos, dormiam no mesmo quarto, ou seja, compartilhavam intimamente os mesmos espaços.
Apesar dos três primos serem muito próximos, Enzo sempre foi mais íntimo de seu primo Vítor, com o qual conversava sobre tudo, contava todos os seus segredos e compartilhava todas as suas histórias. Certo dia, no qual seu primo Tadeu, de oito anos na época, passou o dia na casa de um amigo, Enzo convidou Vítor para assistir filmes que passavam na televisão, sendo que em determinado momento do filme, havia uma cena em que dois rapazes trocavam carícias e se beijavam.
Diante dessa cena, Enzo, de modo muito natural, perguntou ao seu primo a opinião dele sobre o assunto, o qual respondeu, tão natural quanto o primeiro, que não tinha beijado ninguém, por isso não saberia dizer. Enzo, simplesmente se lançou em direção a Vítor e o deu um "selinho", sendo que logo após refez a pergunta, à qual teve como resposta que era "legal".
Este episódio foi significativo pelo fato de que, a partir disso, Enzo percebeu que beijar um garoto é bom, e aquilo que aquelas pessoas fizeram na televisão era "legal", pois ele mesmo pôde experimentar a sensação, e não havia nada de errado com ela.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lembraças

Lembro da primeira vez que eu vi você e algo brotou em meu peito.
  Lembro as primeiras palavras que você disse pra mim.
    Lembro as primeiras maravilhosas horas que passamos juntos.
      Lembro do nosso primeiro encontro, estava tão nervoso.
        Lembro do seu olhar tão profundamente sedutor.
          Lembro da sua mão tocando suavemente na minha.
            Lembro quando começamos a namorar.
              Lembro quando planejávamos nosso futuro juntos.
                Lembro quando trocávamos carícias de amor.
                  Lembro a primeira vez que eu te disse "eu te amo"
                    Lembro a primeira vez que fizemos amor.
                      Lembro dos nossos corpos em perfeita união.
                        Lembro da sua voz me acordando pela manhã.
                          Lembro das sua manias e dos seus traquejos.
                            Lembro do nosso primeiro aniversário de namoro.
                              Lembro quando éramos inseparáveis.
                                Lembro que fomos, tivemos e fizemos.
                                  Lembro também que tudo acabou e doeu, mas passou.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Capítulo 1 - Um Lugar Estranho Com Pessoas Acolhedoras (cont.)

No outro dia, acordei bem melhor depois de ter tido um boa noite de sono. Ainda não tinha assimilado muito bem o fato de estar num lugar totalmente estranho e diferente, mas estava menos assustado, em boa parte devido à gentil forma como fui tratado por Bernardo.


Depois de acordar ainda permaneci na cama refletindo sobre a minha atual situação e repassando os momentos desde o despertar na floresta até a minha chegada à cada de Bernardo, incluindo o fato de ter me sentido extremamente atraído por ele. Justamente nesse exato momento alguém bate na porta, então me levantei e fui até a porta, quando abri dei de cara com Bernardo, sorrindo irresistivelmente.

- Bom dia Felipe! Desculpe incomodar mas eu vim convidá-lo para tomar café conosco.
- Ah, obrigado! Eu vou terminar de me vestir e já desço.
- Tudo bem, estamos lhe aguardando.

Quando ele foi embora não discriminava se estava totalmente encantado por Bernardo ou se envergonhado por conta do meu porte nada atlético que, sem querer, havia exibido para ele, visto que na noite anterior havia dormido sem camisa por causa do calor.
Depois de recolocar a camisa eu desci até a sala, onde me deparei com algo que me deixou relativamente boquiaberto, não sei dizer ao certo o porquê. O irmão que Bernardo me apresentara na noite anterior estava no sofá com um outra rapaz deitado em seu colo, e no momento em que cheguei à sala pude ver os dois se beijando.

É evidente que a minha surpresa não foi o fato de dois homens se beijarem, mas de fato não havia notado que o irmão dele era gay, nem tampouco que a dinâmica na casa fosse liberal, a ponto deles permanecerem confortavelmente namorando na sala, pois a dinâmica na minha casa, com certeza, era drasticamente diferente. Depois que notaram minha presença, os dois permaneceram na mesma posição e o irmão de Bernardo, que se chamava Luíz, se dirigiu a mim:

Oi Felipe, dormistes bem?
- Sim! Dormi muito bem na verdade!
Esse aqui é meu namorado, Henrique.
- Muito prazer! o Luíz me disse que você chegou ontem da floresta junto com o Bernardo.
- Prazer em conhecê-lo! É isso mesmo, mas, na verdade, ainda não sei o que estava fazendo lá.
- Bom, estávamos apenas aguardando você para começar o café da manhã, então agora podemos ir.

O irmão de Bernardo era tão agradável quanto ele, porém, ainda que fosse um rapaz muito bonito,  considerava que Luíz não tinha um tipo de beleza que só havia percebido nele.
Depois de chegarmos à cozinha percebi que, realmente, todos estavam me esperando para dar inicio ao café da manhã, então percebi que era tradicional todos os membros da casa efetuarem as refeições juntos, incluindo os hóspedes.
Novamente, fiquei muito encantado com a família de Bernardo, tanto quanto ficara com ele, pois todos eram muito gentis comigo, bem como eram muito unidos entre si, o que achei muito interessante, dado que meu referencial de família não envolvia tanta união, e, em alguns momentos, gentileza.
Após o café da manhã, Bernardo me perguntou se gostaria de roupas novas, visto que as minhas estavam sujas e até mesmo rasgadas.

- Eu acho que você está precisando de roupas novas. Gostaria de algumas emprestadas?
- Eu acho que sim, estas estão imundas. Mas acho que as suas roupas não servem em mim.
- Eu sei, mas falei com o Luíz hoje de manhã e ele não se importa em te emprestar algumas.
- Nesse caso eu aceito. Muito obrigado Bernardo, vocês todos estão sendo muito bons comigo.
- Sem problema. Nós sempre tratamos bem nossos hóspedes, e, além disso, todos gostaram de você.
- Que bom. Eu também adorei todos vocês. E queria pedir mais um favor, posso tomar um banho?
- Claro! Venha cá.

Bernardo me direcionou até o banheiro e disse que voltava em breve com as roupas de Luíz. Enquanto tomava banho não pude deixar de pensar como há muito tempo não me sentia tão acolhido quanto naquela família.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Capítulo 2 - Caminhos Cruzados

Tupã é um estado da região sudeste do Brasil, cuja capital é São Patrício, onde Enzo e Daniel residem.
Tupã foi instituído como estado da união em 25 de agosto de 1970, desmembrado do estado de Minas Gerais. A cidade de São Patrício, por ser a mais desenvolvida do então recém-criado estado foi nomeada a capital, sendo que se configura como um centro universitário e tecnológico que abriga muitas empresas incubadoras e centros de referência em promoção de saúde e reabilitação, os quais se tornaram ainda mais prósperos após a passagem da cidade para a condição de capital.  De um modo geral, a cidade ainda preserva os ares de uma cidade interiorana do estado de Minas Gerais em equilíbrio com os traços urbanos que uma capital brasileira possui, o que lhe confere características bastante interessantes.
No dia 10 de Agosto de 1990, Enzo nasceu na Santa Casa de Misericórdia de Tupã, um hospital público da capital. O menino era o primogênito e trouxe muita alegria quando nasceu, apesar de não ter sido planejado.
A família de Enzo era de classe média baixa, residiam em um bairro periférico da capital, sendo que o seu pai trabalhava muitas horas para prover as necessidades da família, embora passasse grande parte do seu tempo livre brincando com o filho, enquanto sua mãe sempre dividiu o seu tempo entre os afazeres domésticos e os cuidados com o filho.
Enzo sempre foi uma criança saudável e muito curiosa, pois desde que iniciara a marcha não havia um canto da casa ao qual ele não lançasse o olhar inquisitivo, de modo que sempre deu um bom trabalho para sua mãe, que embora se cansasse devido à postura energética do filho em relação ao mundo, adorava vê-lo fazendo novas descobertas a cada dia e sempre fazia questão de supervisioná-lo de longe, para que ele se sentisse livre.
O pai de Enzo sempre proporcionou momento muito lúdicos para o filho, pois sempre que chegava em casa, usualmente por volta das 8 da noite, fazia questão de envolver o filho em novas brincadeiras a cada dia, dispensando os resquícios de sua energia, perdida durante o dia com o trabalho, no entretenimento de seu primogênito.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Viagem dos Amantes

Cada vez que te encontro, sinto meus pés fora do chão, tal sensação de liberdade que minha alma experimenta por estar ao teu lado e ouvir tua voz .

Meu corpo estremece diante de cada minimo contato com a sua pele, respondendo à forte atração que nos liga, então sinto como se pudesse voar ainda mais alto.

Quero te levar para o céu comigo, para esquecermos os outros e podermos estar nas nuvens somente eu e você.

Vivencio cada minuto com você como uma viagem ao céu, uma linda caminhada pelas nuvens sentindo a leveza do amor, por isso eu a denomino viagem dos amantes.

Esta viagem é feita pela alma, mas o corpo compartilha das sensações, pois apesar de não poder voar como a alma, está em intima ligação com ela.

Nossas almas estão de mãos dadas em um lugar onde ninguém pode contestar a veracidade e legitimidade do nosso amor.

Nossos beijos são ainda mais demorados e maravilhosos nessa viagem, pois não há qualquer resquício de preocupação com desaprovação alheia.

Nosso toques são ainda mais intensos, guiados pela liberdade e confiança de que ninguém pode atrapalhar esse amor.

Enquanto nossos corpos esperam o fim da viagem, sinto como se pudéssemos fazer amor nas nuvens, claramente de um modo não-carnal, mas tão intenso e gratificante quanto isso.

Quando nos retornamos da nossa linda viagem, o que eu sinto é que te amo ainda mais, e que nossa ligação é ainda mais forte.

Quando você me deixa sozinho não sinto como se de fato nos afastássemos, por que nossa ligação fortalecida me deixa seguro de que podemos fazer a viagem dos amantes novamente.

Então meu corpo e minha alma simplesmente aguardam a próxima vez em que viajaremos novamente para caminhar e fazer amor nas nuvens.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Capítulo 1 - Um Lugar Estranho Com Pessoas Acolhedoras




Certo dia eu acordei em um lugar que nunca tinha visto antes.
Olhei ao meu redor, tentando compreender a situação, mas nada fazia sentido, afinal estava em um clareira, deitado sobre um tecido macio. Quando olhei pra cima pude ver a copa das árvores e um feixe de luz solar que me fez cerrar os olhos.



Resolvi levantar e procurar alguém que pudesse me orientar quanto à minha situação. Nesse momento percebo que estou trajando vestes diferentes, tal como um camponês medieval, incluindo um chapéu, bastante diferente.


Começo a caminhada e percebo quão densa é a floresta em que me encontro, pois já caminhava por horas até o momento em que avistei um rapaz muito belo,  montado em seu cavalo, tal como um príncipe de tão majestosa a sua postura no animal.



Rapidamente tento estabelecer contato com ele, a fim de conseguir informações sobre o local em que me encontrava. Ele foi muito gentil comigo e me orientou sobre os grandes perigos que a floresta oferecia, de modo que se ofereceu para me levar até a cidade mais próxima em seu cavalo, visto que a distância era muito longa.

Desde o momento em que nos conhecemos eu gostei muito de sua gentileza e fiquei muito atraído por ele, porém preferi não arriscar perder minha "carona" por causa de uma investida. Entretanto, o jeito como ele me tratou e a forma como me conduziu até o cavalo me fizeram sentir uma energia diferente vinda dele, apesar de não ter dado muita atenção naquele momento, pois estava mais preocupado em achar civilização.

Quando chegamos à cidade mais próxima após uns 20 minutos a cavalo, pude perceber que tinhas os ares de uma pequena cidadezinha da idade média. Não haviam muitas pessoas na rua, portanto não sabia o tipo de pessoas que viviam ali. 




Ele me conduziu até sua casa, onde me apresentou sua família, incluindo seu pai, duas irmãs, um irmão e um avô. Todos foram muito atenciosos e me deixaram bastante à vontade, de modo que me ofereceram abrigo, visto que já estava anoitecendo e havia um quarto de hóspedes disponível. Considerando que me sentia seguro, aceitei a oferta. Porém, antes de ir dormir, nós jantamos juntos.



Depois do jantar todos se reuniram na sala para conversar, sendo que eu apenas me permiti escutar nesse momento. Depois do jantar, ele me conduziu até o quarto de hóspedes e, antes de ir embora, se apresentou formalmente para mim:

- Como você ainda não me disse seu nome, eu me apresentou primeiro. Muito prazer, meu nome é Bernardo! e você? como se chama?
- Ah, desculpe, acabei esquecendo de me apresentar. Eu sou Felipe!
- Muito prazer Felipe, espero que estejas a vontade, pois você é muito bem vindo!

Depois disso ele me entregou um lençol e dois travesseiros, e eu poderia jurar que senti algo diferente quando nossas mãos se tocaram ao pegá-los da mão dele, mas achei ter sido apenas impressão, e como estava cansado não levei a ideia adiante.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Viver e não perder a chance de ser feliz


Modificando um pouco esse hino, a vida é um mar de possibilidades e oportunidades, portanto é extremamente difícil eleger um "caminho padrão", embora a sociedade em geral venha incansavelmente tentando fazê-lo desde os primórdios:

"O trabalho pratico é uma tarefa secundária, enquanto somente a atividade intelectual é digna do homem"
"A raça pura é a branca, por isso os negros desalmados devem ser escravizados"
"O homossexualismo é uma doença ou uma maldição"
"Somente casais héteros conseguem criar crianças perfeitas"

Estas são algumas correntes de pensamentos que se concretizaram na sociedade, ou talvez ainda vigorem para certas pessoas. Porém, é indubitavelmente penoso ter que se submeter a esses padrões homogeneizantes, a fim de se "integrar" à sociedade por um custo muito alto: não viver.
Entendamos viver como a ação estruturada em torno das possibilidades que a vida nos oferece, aquela baseada na percepção individual do que me agrada ou não, ou seja, a ação de trilhar um caminho subjetivo, a partir daquilo que me caracteriza como um ser pensante e atuante.
A vida mais plena é aquela pautada no aproveitamento máximo daquilo que o mundo nos oferece, pois é necessário lembrar que ela não é eterna, inclusive, em muitos casos, é extremamente breve devido às fatalidades da passagem humana neste mundo.
Muitas oportunidades que a vida oferece, realmente, não são dignas de serem vivenciadas, como o uso de drogas deletérias do organismo ou ações com objetivos prejudiciais. Portanto, afirmo aqui o "máximo aproveitamento" das oportunidades da vida, não como a participação indiscriminada em todas as possibilidades, mas o trilhar de um caminho onde eu efetive a minha condição de ser humano dotado de raciocínio e senso crítico, ou seja, executando o favorecimento da minha existência pela atividade da consciência, que se caracteriza como a relação indissociada entre pensamento e execução.
Concluindo, a felicidade humana não está naquilo que é "padronizado", mas naquilo que é pensado e sentido pelo próprio homem.

Este e outros textos interessantes estão disponíveis no blog: http://penseforadacaixa.com/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Amor Acontece

Certo dia eu andava pelo caminho que me levou até você...
                                                                                                     :... Solitário, pensativo...
                                                                                                                                              :...Distraído
...:
                                                                                                             ...Então eu vi você de longe...:
                                            ...Interessante, imponente, singular...:
 ...Destemido, confiante...:
 :...
    :...Olhos azuis como o mar...
                                                   :...Traços faciais marcantes...
                                    ...:
                         ...Voz melodiosa como uma linda canção...:
                         :...                         
                            :...Então você falou comigo...
                                                                            :...E eu senti algo diferente no meu interior...
                                                                                                                                            ...:
                                                      ...Borboletas voando  livremente no estômago...:  
                             ...Coração acelerado...:
                             :...                             
                                 :...Mãos tremendo...
                                                                   :...Quase não respondo...
:... Mas eu percebi  uma coisa...
...:
                                                                                                     ...Acho que estou apaixonado...:
                      ...E foi assim...:
                                                      ..........................:............................
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: QUE O AMOR ACONTECEU :
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Capítulo 1 - Descobrindo Sentimentos (cont.)

- Oi Enzo - disse Daniel enquanto tomava um lugar na mesa em que Enzo e Frida haviam sentado - Oi Frida! como estão?
- Oi Daniel - Enzo tentou parecer o mais normal possível apesar de estar bastante nervoso, visto que essa era a primeira vez que os três se encontravam depois do término do namoro de Daniel e Frida - Bom dia!
- Eu estou bem - disse Frida em tom suave -  e você?
- Eu estou bem - Daniel tentou ser o mais agradável possível diante da situação - Então...quais as novidades?
- Nada de mais comigo, mas acho que Enzo está namorando - Frida estava tentando afastar de si o foco da conversa - ele estava justamente me contando sobre isso!
- Ah, estavas? - Daniel tentou parecer o mais surpreso possível - Me conta sobre isso Enzo!
-  Bem... - Enzo ficou visivelmente nervoso - na verdade eu estava contando para ela que eu passei o final de semana com alguém especial. Só isso!
- Que legal - Daniel estava regozijando por dentro apesar de tentar não exteriorizar - Fico feliz por você!
- Ok rapazes - disse Frida levantando - eu preciso ir para casa... - ela estava desconfortável com o rumo da conversa e resolveu se retirar - eu só estou namorando meus livros atualmente – ela sorriu forçadamente enquanto se despedia - tchau para vocês.
- Tchau Frida, nos vemos por aí - disse Daniel.
- Tchau! Te vejo depois! - disse Enzo incomodado, sabendo o verdadeiro motivo dela se retirar.

Frida continuava triste com o término de namoro, por isso ela preferiu ir para casa quando Daniel chegou, pois embora os dois ainda prezassem pela sociabilidade, ela ainda estava ressentida. Depois dela ir embora, Enzo e Daniel continuaram conversando.

- Eu acho que a Frida continua triste comigo - Daniel mostrava uma feição diferente - isso me deixa para baixo.
- Eu sei! e eu ainda falei demais né! Desculpa!
- Está tudo bem! isso não é culpa tua, ela está chateada comigo, te sentes culpado porque nós estamos juntos.
- Pode ser, eu acho que se eu estivesse com outra pessoa me sentiria menos culpado mesmo.
- Bom, vamos esquecer isso então. Agora eu quero que me contes tudo sobre essa pessoa com quem passastes o final de semana - ambos riram - deve ser uma ótima pessoa.
- Com certeza - disse Enzo ainda rindo - na verdade - ele olhou profundamente nos olhos de Daniel - eu acho que é a melhor pessoa do mundo.
- Para de dizer essas coisas para mim ou eu juro que te beijo aqui mesmo.
- Está bem, não é necessário. Afinal eu não quero deixar as outras pessoas com inveja - ambos riram novamente, enquanto se levantavam para ir embora.
- Queres voltar lá para casa? Meus pais chegam só seis horas, então ainda temos tempo.
- Claro! - disse Enzo bastante empolgado - mas podes me trazer de volta depois, porque eu ainda tenho uma aula.
- Posso sim, mas vamos logo então, pois eu quero aproveitar nosso tempo livre ao máximo.

Eles voltaram para casa de Daniel e aproveitaram bastante o tempo juntos, conversando e namorando. Às 4 horas da tarde Daniel deixou Enzo na UFTU, o qual seguiu diretamente para classe pois estava quase atrasado para a aula. Chegando na sala de aula, novamente de dirigiu para o lugar ao lado de Frida.

- Oi Enzo, eu pensei que nem vinhas para essa aula.
- Sabes que eu raramente perco aula! Ainda mais esta, eu adoro psicologia aplicada à saúde.
- É verdade! Quase não faltas mesmo!
- Mas me fala uma coisa, está tudo bem contigo? Quero dizer, quanto ao Daniel - Enzo estava tentando verificar como ela se sentia sobre o assunto.
- Bem - Ela ponderou um pouco e respondeu - sabes que eu gosto dele, muito mesmo, mas eu estou superando isso! Eu estou me concentrando nos meus estudos, então eu vou ficar bem!
- Que bom então! - ele torcia para que ela pudesse superar o sentimento por Daniel - se precisar de suporte eu estou aqui.
- Obrigada Enzo! Você é um bom amigo!


Enzo estava bastante preocupado em dar suporte a Frida como um bom amigo, já que ela precisava dele naquele momento. Porém, concomitantemente, estava desejando que ela pudesse superar o término do namoro, pois estava empenhado em seguir com seu relacionamento com Daniel, ainda que isto significasse que ele seria considerado um mentiroso ou traidor.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A tempestade dos sentimentos

Toda vez que eu olho para aquela pessoa,
Meu corpo treme e inicia a garoa,
Quanto mais ele se aproxima assim,
Um temporal se forma dentro de mim.

Aguenta o coração tamanha emoção,
Inicia a ventania dessa paixão,
Lá vem a neblina e nada consigo ver,
Só queria saber o que fazer ou dizer.

Os pingos dessa garoa caem no chão,
Ai meu deus, ele pegou na minha mão,
Olhou nos meus olhos e fiquei sem ar,
Até parece que a tempestade não vai passar.

E eis esta chuva está passando,
O vento impetuoso está parando,
A neblina começa a desaparecer,
Já consigo saber o que fazer.

Olhei em seus olhos tão profundamente,
Passei as mãos em seu cabelo suavemente,
Me colo mais ao seu corpo perfeito,
Metade do que eu preciso já está feito.

A chuva caiu e sumiu,
O vento veio e fugiu,
A neblina escondeu e mostrou,
Dentro do meu peito a ansiedade passou.

Pouso a mão em seu rosto angelical,
Sinto uma energia tão divinal,
O meu coração sente e o cérebro assente,
E num terno beijo o meu corpo consente.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Os homens e a Liberdade Sexual

Há uma variedade de homens na face deste planeta, e independente da orientação sexual, este gênero sempre teve muito mais liberdade sexual comparado ao gênero feminino.

Um dos aspectos essenciais quando alguém decide se aventurar em um romance com um homem é a sua capacidade de sobrepujar a necessidade básica de cópula em favorecimento de uma necessidade mais complexa de união emocional, o que é imensamente dificultado pela carga sócio-histórica que o homem possui de ser este gênero com "licença" especial para se efetivar como um ser altamente sexual.

O problema não está na liberdade ou em gostar muito de sexo, afinal todos sabemos o quanto este ato é maravilhoso, porém, ele é muito mais abrilhantado quando executado com alguém advindo de um sentimento de união emocional-corporal ao invés do simples desejo carnal.

As implicações deste fato estão na grande quantidade de homens que se interessam apenas por sexo e relações com minimo envolvimento emocional, o que é um grande problema na sociedade, pois a capacidade humana de envolvimento emocional e afetividade guia ações de empatia, compaixão e bondade, necessários para manutenção da convivência social.

Em decorrência disso os envolvimento afetivos se tornam muito mais complicados, pois embora um homem consiga iniciar uma relação com alguém, o fato de a centralidade da relação recair sobre o sexo enfraquece e/ou dificulta o estabelecimento de relações de envolvimento mais profundo ou complexo.

Quando se fala do "mundo" de relações homoafetivas o problema é ainda mais grave, pois as atitudes repousam basicamente nos seguintes panoramas:

  • Homens que namoram/gostam/se relacionam sexual e emocionalmente com mulheres, mas gostam de se relacionar sexualmente com homens.
  • Homens que se relacionam apenas sexualmente com mulheres e com homens.
  • Homens que se relacionam apenas sexualmente com homens.
Quando enxergamos estes panoramas do ponto de vista de duas pessoas que se interessam apenas por sexo, não há nada de mais, porém, defendo neste blog a relação afetiva entre duas pessoas do mesmo sexo acima de tudo. Portanto, nesta perspectiva, estes homens não são dignos, nem merecedores de pessoas, seja homem ou mulher, que estejam dispostas a uma relação, pois eles não estão.

Concluindo, a liberdade sexual masculina, dificulta muito a vida de homens, como eu, que se interessam pelo amor homoafetivo, pois nos três panoramas acima, a unica função desempenhada por este "grupo seleto" no qual me incluo é a de mero objeto sexual, quando no fundo procuramos por envolvimentos afetivos recompensadores e reconfortantes.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Capítulo 1 - Descobrindo Sentimentos (cont.)

- Nós estamos muito atrasados Enzo - disse Daniel arfando quando chegaram ao bloco onde Enzo estuda, depois deles se deslocavam rapidamente pelos corredores da universidade - preciso correr, te vejo mais tarde!
- Espera! - Enzo se aproximou de Daniel e disse baixinho em seu ouvido - eu também te amo!
- É muito bom ouvir isso - disse Daniel com um enorme sorriso no rosto - eu, com certeza, vou ainda mais feliz para a sala!
- Bom, então vá logo porque já estás bastante atrasado - disse Enzo rindo.
- Verdade! até mais!

Eles se despediram e, enquanto Daniel corria pelos corredores em direção a seu bloco, Enzo se dirigiu a sua sala de aula. Frida também cursava o quarto semestre de medicina, junto com Enzo, sendo que eles sempre foram muito próximos desde o início do curso, mas agora essa relação era difícil para ele. Quando chegou à sala de aula ele sentou, como de costume, ao lado da amiga.

- Oi Enzo - sussurrou Frida, para não atrapalhar a aula iniciada há meia hora - estás bastante atrasado, o que aconteceu?
- Eu sei, mas não aconteceu nada, apenas perdi a hora.
- Hum! mas me fala, como foi teu final de semana? eu não consegui falar contigo!
- Ah, foi ótimo - disse Enzo sem perceber que estava com um semblante radiante - eu não estava em casa e esqueci meu carregador.
- És sempre esquecido! - disse Frida rindo - mas então, onde estavas no final de semana?
- Na casa de um amigo - Enzo se sentiu um pouco desconfortável em mentir para a amiga.
- Mas é só um amigo mesmo ou vocês dois estão namorando? - Enzo tinha contado para Frida há algum tempo sobre sua orientação sexual, então eles tinham um diálogo aberto sobre o assunto.
- Bom...algo do tipo... - Enzo estava sem jeito.
- Qual é o nome dele? ou é uma garota? eu conheço?
- Não é uma garota - disse Enzo ainda mais sem jeito diante de tantas perguntas e, ao mesmo tempo risonho - mas não conheces de qualquer maneira!
- Mas não podes me dizer o nome?
- Tudo o que eu vou dizer é que foi um ótimo fim de semana! - disse Enzo tentando terminar o assunto.
- Tá bom então - disse Frida rindo.


Eles permaneceram na sala até o término da aula. Após isso eles foram para uma lanchonete do campus onde encontraram, inesperadamente, Daniel.