domingo, 28 de abril de 2013

Capítulo 2 - O Início de Uma Nova Vida


Na manhã do meu primeiro dia de trabalho senti uma ansiedade tão grande que o meu estômago chegava a doer, devido a duas coisas: primeiramente, eu nunca havia trabalhado antes e não sabia que tipo de trabalho me esperava, e, em segundo lugar, tinha que falar com Bernardo sobre o que acontecera no dia anterior.
Bernardo foi ao meu quarto me chamar por volta das 6 da manhã, mas não comentou nada sobre o acontecido, apenas me disse que iria me esperar na sala para irmos trabalhar. Antes de descer, tomei um banho rápido e vesti algumas roupas limpas. Quando desci estava decidido em lhe dizer que sentia algo muito forte por ele desde que o havia encontrado pela primeira vez, mas foi um pouco diferente do que havia planejado, pois quando cheguei à sala Bernardo se adiantou em falar.

- Felipe, eu queria me desculpar pelo que ocorreu ontem!
- Bernardo, não...
- Me deixa terminar. Escuta, eu passei dos limites e te desrespeitei, mas eu quero que saibas que eu usualmente não ajo dessa maneira, então apreciaria muito se pudéssemos continuar sendo amigos. Eu prometo nunca mais nem tocar neste assunto.
- Bernardo...
- Bom, acho que nós podemos ir trabalhar agora que tudo está esclarecido. Certo?
- Certo. Vamos.

Eu ensaiei tudo o que deveria dizer naquele dia durante muito tempo, mas quando Bernardo começou a falar eu simplesmente não consegui elaborar qualquer frase que fizesse sentido ou mesmo fazer alguma coisa além de assentir com o que ele estava dizendo, então, infelizmente, saímos para trabalhar sem que eu pudesse me declarar para ele.
Quando saímos da casa, caminhamos alguns minutos até chegar a um largo pasto onde podia-se avistar várias ovelhas, então eu entendi o que deveria fazer ali, mas deixei que Bernado me explicasse melhor.



- Bem Felipe, o seu trabalho, por enquanto, é cuidar destas ovelhas, de modo a assegurar que elas estejam a salvo de predadores e verificar quais estão prontas para tosquia e abate. Mas não se preocupe, por que eu vou te auxiliar em tudo isso, e você vai aprendendo ao longo do tempo.
- Que bom Bernardo, por que eu não entendo absolutamente nada sobre isso, Mas prometo que farei o meu melhor.
- Eu não duvido disso Felipe. Já percebi que és bastante esforçado e você está se esforçando para se adaptar à nossa casa e aos nossos costumes.

Ao longo do dia Bernardo me mostrou como conduzir as ovelhas pelo pasto e como avaliar quais aquelas ideais para tosquia e abate, bem como o ciclo de reprodução necessário para manter o rebanho em número adequado para suprir a produção.
Depois de me explicar, durante boa parte do dia, os procedimentos realizados no pasto, Bernardo me levou a cavalo até os local da cidade onde eram comercializados os produtos advindos da ovinocultura: lã, leite e carne. Quando descemos do cavalo, nos dirigimos até um homem aparentemente bastante idoso, a quem Bernardo me apresentou.

- Bom Dia Silas! Eu quero te apresentar o meu novo ajudante, seu nome é Felipe.
- Bom dia Felipe. Muito bem meu jovem, espero que possas aprender muito com Bernardo, ele é um excelente pastor de ovelhas e uma pessoas muito íntegra.
- Assim espero senhor. Acho que posso aprender muito com ele mesmo.
- Bem, hoje eu trouxe bastante leite e carne Silas. Aqui estão.
- Que bom. Aqui está o pagamento. Até outro dia.
- Até outro dia Silas.

Quando saímos daquele local, caminhamos até um outro local onde Bernardo comercializava a lã retirada das ovelhas. Quando chegamos ao local, havia um senhor aparentando ter certa idade, embora um pouco mais jovem que o outro.

- Bom dia Arthur!
- Bom dia bernardo, quem é este jovem que te acompanha?
- Este é meu novo ajudante. Chama-se Felipe.
- Ah, sim. Muito prazer Felipe, me chamo Arthur.
- Muito Prazer, Felipe.
- Bom, hoje eu trouxe a lã que havias encomendado. E gostaria de encomendar algumas roupas pra ele como pagamento.
- Pra mim...mas..
- Não se preocupe Felipe, meu pai pediu que eu encomendasse algumas roupas pra você já que as suas estão inutilizáveis e você precisa usar algo que não seja do Luíz.
- Isso é verdade, ele tem sido muito gentil em me emprestar tantas das suas roupas.
- Pois é, agora você vai poder usa suas próprias roupas.
- Tudo bem. Eu retribuirei mais essa gentileza me dedicando ainda mais ao trabalho.
- Bem, então me acompanhe meu jovem. Deixe-me tirar as suas medidas para as roupas.

Quando Arthur terminou de tirar as medidas, Bernardo, que havia pacientemente me esperado algum tempo, disse que poderíamos voltar para casa, então montamos em seu cavalo e partimos. Porém, antes de chegar lá, eu lhe pedi que esperasse, então ele parou o cavalo, e, quando desci , anunciei que gostaria de conversar com ele sobre a noite anterior, em um feixe de coragem que surgiu em meu corpo.

domingo, 21 de abril de 2013

Capítulo 2 - Caminhos Cruzados (Cont.)

O filho mais novo de Rita, chamado Lucas, sempre estava na casa de Daniel, visto que os dois tinham a mesma idade e adoravam brincar juntos. A babá levava o filho para o emprego depois da aula, pois os patrões nunca expressaram nenhum incomodo pela presença do menino na casa. Os dois garotos se tornaram melhores amigos e passavam horas jogando videogames, assistindo televisão, entre outras tarefas, até que Lucas finalmente tinha que ir embora pra casa.
Rita permaneceu cuidando de Daniel até quando ele completou 7 anos de idade, pois exatamente na festa de comemoração do 7º aniversário um fato muito intrigante ocorreu, o que a fez deixar o emprego.
Antes de todos os convidados chegarem Daniel estava em seu quarto brincando com Lucas, como de costume. Quando o início da festa já estava próximo Rita interrompeu a brincadeira e pediu aos dois que fossem tomar banho e se arrumar para que Daniel pudesse receber os convidados, e como já estava quase na hora da festa e os dois já haviam feito isso outras vezes, Rita pediu que eles tomassem banho juntos.
Porém, enquanto os dois tomavam banho, algo diferente dos outros dias ocorreu quando Lucas, se referindo a um acontecimento do dia anterior, relatou que viu uma revista do seu pai, na qual uma mulher estava fazendo sexo oral e ficou muito curioso sobre o porquê daquilo. Daniel não soube sanar a dúvida do amigo, mas respondeu que deveria ser bom. Então Lucas perguntou a ele se poderia tentar fazer isso nele, para ver se realmente era bom.
Exatamente no momento em que Lucas estava “experimentando", Rita abriu a porta do banheiro e presenciou a cena. Prontamente ela segurou as mãos do filho, ainda perplexa, e deixou a casa, sem dizer nenhuma palavra.
Rita era uma mulher muito carinhosa com Daniel, mas também era muito preconceituosa em relação ao homossexualismo. Então a cena que ela presenciou, apesar de não passar de uma exploração de duas crianças em relação ao sexo oral, foi considerada inadmissível e imperdoável. Depois de conversar muito com o filho em casa e repreendê-lo inúmeras vezes pelo ocorrido, compareceu à casa dos patrões para pedir demissão e contar o que tinha visto.
Depois deste dia Daniel nunca mais viu Rita ou Lucas, e recebeu muitas repreensões dos pais em relação ao ocorrido, relacionadas em grande parte a preceitos bíblicos nos quais o filho poderia "cair em perdição" por perverter a carne. Desde então, Daniel não teve, nem de perto, outra experiência que possa ser considerada de caráter homossexual.
Na adolescência chegou a ter uma namorada aos 16 anos, com quem permaneceu 6 meses, porém simplesmente não evoluiu para um relacionamento mais elaborado.
Durante toda a infância e adolescência, apesar de ser muito bonito e paquerado pelas garotas, Daniel nunca se interessou muito por conhecer outras pessoas. Na verdade, o que ele mais gostava era de praticar natação boa parte do dia, jogar videogames e ler alguns livros.
Quanto às amizades, apesar de ser muito sociável e gentil com todas as pessoas que conhecia na escola e outros locais onde realizava atividades extracurriculares, ele nunca criou um vínculo tão íntimo quanto o que estabelecera com Lucas quando criança.
Ao final do ensino médio Daniel resolveu prestar vestibular para Educação Física, um curso totalmente relacionado à sua paixão por esportes, principalmente a natação, é claro. Porém, o pai o pressionou a fazer Direito, em decorrência das melhores oportunidades de emprego e remuneração em comparação com o outro curso.

Ainda que a contragosto, Daniel prestou vestibular para Direito, e, considerando-se que sempre foi muito esforçado e inteligente, passou em primeiro lugar geral na UFTU. A festa em sua casa foi muito grande, e toda a felicidade expressa pelos seus pais no dia da aprovação "compensou" o fato de estar em um curso que não queria.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Capítulo 1 - Um Lugar Estranho Com Pessoas Acolhedoras (Cont.)

Enquanto dormia, algo muito interessante aconteceu. Dentro dos meus sonhos me vi caminhando sozinho por uma pequena estrada de terra, que me guiava a um horizonte desconhecido, no qual eu podia avistar somente uma pequena árvore em uma planície. Quando cheguei no local onde estava a árvore, deitei meu corpo próximo ao tronco e regozijei com a sombra advinda de sua vasta folhagem, então simplesmente adormeci, até que, quando abri novamente meus olhos tive uma surpreendente visão. Minha cabeça estava apoiada nas coxas de Bernardo, que acariciava suavemente meu cabelo e, quando me viu acordado, sorriu lindamente, colocou a mão em minha face e se direcionou até meu lábios. Infelizmente, antes de experimentar, ainda que em sonho, a sensação de beijar aquele rapaz, ouvi batidas na porta e alguém chamando meu nome.



- Felipe?! Felipe?! Estás acordado?

Quando estava efetivamente acordado, consegui responder afirmativamente e ir até a porta falar com Luíz.

- Oi Luíz. Desculpa, estava dormindo. Estás me chamando há muito tempo?
- Na verdade não. Mas você dormiu bastante hoje. Bom, eu vim te convidar para o almoço.
- Almoço?! Meu deus, eu dormi muito mesmo!
- É verdade! Nós até te esperamos para o café da manhã, mas depois deduzimos que não viria.
- Me desculpem, isso foi falta de educação da minha parte. Mas já estou descendo daqui a poucos minutos.
- Tudo bem. Não se preocupe, nós compreendemos que você ainda está se adaptando. Até daqui a pouco.

Depois disso, tomei um banho rápido e troquei de roupas - Luíz, de muito bom grado, havia me emprestado mais algumas de suas roupas -, então desci até a cozinha, onde todos estavam reunidos para o almoço. Quando cheguei, todos estavam com o ar cordial de sempre, que para mim era a coisa mais instigante da história, afinal, desde que chegara àquela casa tinha sido tratado com todas as regalias possíveis, além disso, quebrei uma tradição da família quanto à realização conjunta de refeições. Porém, quando cheguei ao recinto, fui muito bem tratado com sempre.

- Bom dia Felipe! Como você está se sentindo hoje?
- Bom dia a todos! Eu estou me sentindo muito bem Senhor.
- Pode me chamar apenas de Emanoel.
- Tudo bem Emanoel. Eu queria aproveitar e me desculpar por não poder estar com vocês durante o café da manhã.
- Não há do que se desculpar. Nós compreendemos muito bem que você ainda está se ambientando a essa casa.
- Muito obrigado pela compreensão. Mas me digam, onde está o Bernardo? Ele não vai almoçar conosco?
- Ele vai Felipe. Na verdade, falta apenas ele chegar para podermos começar a refeição.

Surpreendentemente, nesse exato momento, Bernardo adentra a cozinha, suado e parecendo um pouco cansado. 

- Desculpem o atraso Família! Hoje o dia foi bastante cansativo! Vamos almoçar.
- Sem problema filho. Que bom que você chegou.

Interessantemente, Bernardo sentou em uma cadeira ao lado da minha.

- Bom dia Felipe! Senti sua falta no café da manhã!
- Sentiu?...E..Eu dormi além do ponto hoje! Mas já me desculpei por isso.
- Não se preocupe com isso! É que eu gosto da sua companhia.

A última fala de Bernardo me deixou tão nervoso que não consegui pronunciar outra palavra sequer durante o almoço. Ao final da refeição, o pai de Bernardo me convidou para conversar em particular.

- Felipe, não entenda o que eu vou dizer como uma exigência, na verdade é apenas um conselho.
- Pode falar Emanoel.
- Bem, eu estive pensando sobre a possibilidade de você começar a desempenhar algum trabalho aqui no vilarejo, o que você acha?
- Bem, eu tenho que confessar que nunca trabalhei, mas eu gostaria de tentar, até para poder sentir que estou retribuindo a sua gentileza em me acolher!
- Então você pode começar amanhã ajudando o Bernardo. E não se preocupe, por que ele vai te ensinar tudo o que você precisa fazer.
- Tudo bem Emanoel. 

Essa conversa me deixou extremamente ansioso por dois motivos, primeiro, porque eu gostaria de mostrar que posso retribuir o fato de ser tão bem acolhido por aquela família através de um trabalho bem feito, embora não soubesse nada sobre o que deveria fazer. O outro motivo é o fato de ter que passar um tempo bem maior com Bernardo, o que me deixava bastante nervoso dada a circunstância em que me encontrava em relação a ele: totalmente atraído. Depois da conversa com Emanoel, eu me dirigi até a sala, onde encontrei Bernardo bastante concentrado em um desenho que estava fazendo.

- Isso está ficando muito bom Bernardo! Não sabia que você desenha tão bem.
- Oi Felipe. Imagina, isso não é nada. É apenas um passatempo que gosto de ter antes de voltar ao trabalho.

Eu gostei muito do desenho que ele estava fazendo, então, sem qualquer cerimônia me sentei no mesmo sofá em que ele estava. Quando Bernardo terminou, ele levantou a cabeça e se virou para mim, o que fez meu coração disparar. Para completar ele pediu que eu deixasse ele fazer um retrato do meu rosto, sendo que eu não tive como responder negativamente. A situação estava me deixando cada vez mais nervoso, pois estava muito próximo de Bernardo, e, evidentemente, ele não parava de me olhar, visto que estava retratando o meu rosto. Quando terminou, ele me mostrou o desenho, que me deixou maravilhado, já que ele tinha fielmente retratado os traços do meu rosto, e até mesmo a minha expressão naquele momento específico.

- Nossa Bernardo! Eu estou impressionado, você tem muito talento para desenhar. Nem um espelho retrata tão bem o meu rosto com tanta riqueza de detalhes.
- Obrigado Felipe. O seu rosto é lindo sabia?

Não soube o que responder diante daquela afirmação. Porém, eu não precisei responder nada quando Bernardo calmamente se aproximou ainda mais de mim no sofá, olhando fixamente em meus olhos, colocou a mão em meu rosto e me beijou. Um suave e doce beijo, que não foi demorado  ou apressado, apenas aconteceu.

Depois de me beijar, Bernardo continuou a me olhar fixamente nos olhos. Como ele não viu nenhuma resposta da minha parte, ele começou a falar do ocorrido.

- Felipe, eu gosto muito de você. E esse beijo não precisa significar nada se você não quiser.

Eu estava extasiado e ao mesmo tempo em choque, então simplesmente não consegui responder nada sobre o que acontecera. Bernardo se retirou da sala e me deixou sozinho para pensar no que aconteceu.

Bernardo deixou o retrato que fizera em cima do sofá, e, quando o peguei para olhar percebi uma coisa, que havia tanta fidelidade no que ele fizera porque ele conseguia efetivamente captar aspectos que outras pessoas não conseguiam ou não se atentavam. Então, depois de refletir muito, eu decidi que no outro dia, quando saíssemos para o meu primeiro dia de trabalho, eu estaria decidido sobre o que sinto por Bernardo e diria isso a ele.

sábado, 6 de abril de 2013

Capítulo 2 - Caminhos Cruzados (Cont.)

No dia 20 de Novembro de 1990, Daniel nasceu no Hospital São Patrício. Os seus pais, há muito tempo esperavam pela sua chegada, visto que a mãe de Daniel apresentava problemas de fertilidade. Portanto, quando a gravidez foi bem sucedida e o bebê nasceu saudável, os pais de Daniel acreditaram ser uma benção de Deus enviada para eles.
Desde cedo, Daniel foi estimulado pelos pais a realizar diversas atividades cotidianamente, tanto para aprimoramento físico como intelectual. Desse modo, além de frequentar pré-escolas e, posteriormente, escolas, Daniel desempenhava atividades como natação, boxe, judô, aulas de musicalização, cursos de idiomas e informática, entre outras muitas atividades componentes da gama de tarefas realizadas por ele diariamente.
Os pais de Daniel sempre tiveram um nível socioeconômico bastante elevado, de modo que viviam em um conjunto residencial localizado em um bairro central da capital. O pai trabalhava há algum tempo como juiz do Tribunal de Contas do Estado e a mãe desempenhava o papel de diretora executiva da filial de uma empresa de grande porte instalada na cidade.
Embora a chegada de Daniel suscitasse muita alegria em seus pais, na maior parte do tempo, ele estava sob os cuidados de Rita, uma babá contratada para cuidar dele desde que completara 6 meses de idade. O tempo de Daniel junto aos pais era restrito a reuniões em família nos fins de semana e esporádicos cafés-da-manhã nos quais os seus pais dedicavam algum tempo para conversar e interagir com ele.
O seu desempenho em todas essas atividades sempre foi muito bem elogiado por todos os seus instrutores e professores, visto que ele sempre fora uma criança interessada, participativa, curiosa, persistente e inteligente.
Desse modo, Daniel sempre adorou praticar esportes e outras atividades produtivas, e desenvolveu muitas habilidades ao longo do tempo em que as praticou. Porém, a atividade que mais lhe suscitava satisfação era a natação, sendo que ele competiu e ganhou diversos prêmio em campeonatos locais, regionais e nacionais neste esporte, embora o que mais lhe agradava nele, em detrimento de toda a competitividade e exercício proporcionado, era a sensação de liberdade que o meio aquático viabilizava.

A relação de Rita e Daniel foi muito benéfica ao seu desenvolvimento psicoemocional, visto que a babá sempre o tratou muito bem e esteve com ele muito tempo. Em muitas ocasiões os filhos dela brincavam com ele, o que compensou a ausência dos pais, ocasionada pela alta carga de trabalho que ambos tinham durante o dia, ou de um irmão, visto que os seus pais não tiveram outro filho. A personalidade de Daniel, no geral, se caracterizou pela humildade, compromisso, preocupação com o bem estar alheio e independência.