- Felipe...eu não entendo o motivo dessa atitude por parte dos teus pais! Bernardo e Luiz naturalmente se interessam por homens e eu não vejo qualquer problema nesse sentido, assim como não veria se eles se interessassem por mulheres.
- Eu compreendo a sua perplexidade Manoel, pois os costumes desse vilarejo, de certa forma, assustaram até a mim! Eu não conseguia compreender como esta questão era tratada tão naturalmente aqui. Os meus pais também não entenderiam e é por essa falta de conhecimento que eles agiram tão severamente para comigo, mas no fundo são pessoas de bom coração.
- Realmente não faz o menor sentido essa atitude da sua família! Durante muito tempo fui cortejada por mulheres, mas atualmente estou compromissada com um rapaz do vilarejo. Se nossa relação não der certo eu poderia muito bem me engajar com uma dama.
- Naturalmente Paula, nós somos livres para escolher quem nos agrada, ou melhor, quem nos encanta! Apesar de eu nunca ter sido cortejada e nem ter me engajado com mulheres, eu não vejo qualquer restrição quanto a isso.
- Este é um dos pontos que sempre me fez sentir "encaixado" aqui nesta casa, além da acolhida de vocês é claro. Quem me dera meus pais fossem tão liberais sobre esse assunto, tal como você Manoel!
- Eu também sou muito rígido com minhas crenças Felipe, por isso estou tentando compreender a atitude dos teus pais, mas o que realmente me intriga é que eles puseram isto acima de você, que é o único filho deles. Isto não está certo!
- Manoel, agora que vocês já sabem de onde eu vim...eu terei que ir embora desta casa?
- Ora, mas que bobagem Felipe, é claro que não! Você já é parte dessa família desde o dia em que chegou e agora que és companheiro de Bernardo, isto seria totalmente despropositado!
- Eu te disse!
- Muito obrigado Manoel! Eu estava tão aflito com essa possibilidade!
- Pois não há com o que se preocupar! Você é e sempre será parte desta família! És um filho pra mim, em vários sentidos!
- Claro, está lindo! Por mim a gente poderia ficar apreciando a vista por horas, mas precisamos trabalhar!
- Não se preocupe...nós já vamos para o pasto, mas antes eu queria te dar uma coisa...
Conforme verbalizava ele tirou de um dos bolsos um cordão com um pingente e, sorrindo tão lindamente quanto sempre o fazia, o estendeu para mim segurando em ambas as mãos.
- O dia não podia estar mais perfeito do que hoje para eu poder te dar esse presente! Assim como esse sol refletindo nesse lago, você iluminou a minha vida de uma maneira sem precedentes! Este pingente representa você, pois pra mim o seu símbolo será sempre o sol, pois és majestoso e, ao mesmo tempo, generoso! Você tem brilho próprio e, por onde passa, ilumina a vida das pessoas!
- Tudo bem Bernardo, eu ficarei bem! Te aguardo ansiosamente!
Enquanto Bernardo estava na cidade comercializando os produtos advindos das ovelhas, eu tentei me concentrar no meu trabalho de condução e selecionamento das ovelhas, que aliás eu desempenhava cada vez melhor, mas eu, absolutamente, não me focar totalmente, pois vinha à minha mente, constantemente, as imagens dos momentos felizes que Bernardo vinha me proporcionando e na sensibilidade com qual ele os conduzia, então aquelas três palavras fizeram sentido vindas de mim também, tanto que, quando Bernardo chegou, eu o abracei fortemente e as pronunciei, quase gritando:
- EU TE AMO!
- Você, Senhor Felipe, me dá a honra de te conduzir até em casa?
Eu ri da situação, mas também entrei no personagem e respondi:
- É claro Senhor Bernardo! Nada me deixaria mais contente!
Nesse clima, seguimos para casa. Quando chegamos lá, jantamos com o resto da família, conversamos sobre o dia de cada um e eu não podia deixar de me sentir a pessoa mais feliz do mundo, afinal aquela família me fazia sentir incluso e o meu namorado era incomensuravelmente romântico e sensível.
Depois do jantar, Bernardo me conduziu até meu quarto e, antes que ele fosse embora, eu pedi que ele ficasse comigo. Ele aceitou e se deitou comigo, então conversamos sobre diversos aspectos da nossas vida até então desconhecidos para ambos, como a nossa infância.
- EU TE AMO!
- Felipe...eu...nossa! É tão bom ouvir isso de você, que eu fico quase sem saber o que dizer!
- Não diga nada, apenas saiba que estas palavras são genuínas e você é o único homem que já as ouviu vindas de mim!
Depois de ouvir isso, uma brilho surgiu nos olhos de Bernardo, deixando-os ainda mais lindos, assim como um sorriso no canto dos seus lábios que expressava a sua felicidade. Então, ele fez algo, ao mesmo tempo, lindo e inesperado: se ajoelhou perto de mim, segurou minha mão direita e fez a seguinte pergunta:- Você, Senhor Felipe, me dá a honra de te conduzir até em casa?
Eu ri da situação, mas também entrei no personagem e respondi:
- É claro Senhor Bernardo! Nada me deixaria mais contente!
Nesse clima, seguimos para casa. Quando chegamos lá, jantamos com o resto da família, conversamos sobre o dia de cada um e eu não podia deixar de me sentir a pessoa mais feliz do mundo, afinal aquela família me fazia sentir incluso e o meu namorado era incomensuravelmente romântico e sensível.
Depois do jantar, Bernardo me conduziu até meu quarto e, antes que ele fosse embora, eu pedi que ele ficasse comigo. Ele aceitou e se deitou comigo, então conversamos sobre diversos aspectos da nossas vida até então desconhecidos para ambos, como a nossa infância.
Antes de dormirmos, naturalmente, nos abraçamos, nos beijamos e trocamos carícias. Nesse momento o processo se intensificou novamente, e, mais uma vez Bernardo o interrompeu, porém, desta vez, ele me disse o porquê:
- Felipe...acho que nós precisamos conversar sobre isso...
- Se você não quiser a gente não precisa levar isso adiante, não há problema algum!
- Bem...eu realmente quero...você não sabe o quanto eu estou te desejando nesse momento! Mas eu prefiro esperar até depois que nós tivermos um compromisso ainda mais sério!
- É claro Bernardo, como eu disse, não há problema! Mas o que seria um compromisso mai sério?
- Bem...casar, não é óbvio?
- Espera...nós...
- O que foi...Você não quer?
- Não...É claro...Digo, a gente pode fazer isso?
- Claro, quando duas pessoas se amam muito, elas se casam!
- Desculpa Bernardo, não me entenda mal, eu não sabia que nós podíamos fazer isso! Nada me faria mais feliz do que ter um laço ainda mais forte com você!
- Ainda bem, eu realmente cheguei a pensar que você não queria! E você realmente não se importa se esperar até depois da cerimônia para consumarmos esse desejo? Desculpe, mas eu levo muito a sério o preceito de consumar apenas depois do casamento.
- Não, eu com certeza esperarei! Ansiosamente, mas esperarei!
Nós rimos bastante da minha última fala, então nos aconchegamos para podermos dormir.
- Você ainda quer que eu durma aqui com você?
Nós rimos bastante da minha última fala, então nos aconchegamos para podermos dormir.
- Você ainda quer que eu durma aqui com você?
- Claro! nem ouse me deixar sozinho!
- Tudo bem, estarei aqui ao seu lado!
- Antes de dormirmos, posso perguntar uma coisa?
- Sim, pergunte!
- Se você leva aquele preceito tão a sério, quer dizer que você...nunca...nunca consumou um relacionamento?
- Bem...não! Isso é muito estranho pra você!
- Não! Na verdade eu estava pensando se, a partir do que eu te contei, não te incomoda o fato de eu já ter tido essa prática há bastante tempo?!
- Ora, você não me parece nenhum pouco com aquela pessoa, então não me importo com o seu passado. Nossos preceitos são um pouco diferentes, mas quem sabe podemos aprender muitas coisas dividindo nossas crenças um com o outro.
- Sabe Bernardo, quando eu penso que você não pode ser mais perfeito, você abre a boca e me surpreende!
- Eu te amo!
- Eu também te amo! Boa noite!
PUTS.... PUTS.... PUTS...... Sem palavras, cada paragrafo que eu lia era um sorriso que emanava de meus lábios. Nossa que romântico, perfeito.
ResponderExcluirQuem bom que o blog voltou à ativa. O conto é lindo como sempre, este cap. só veio demostra isso mais uma vez.
ResponderExcluir