Um mês depois do último encontro com Daniel, Enzo ainda não tinha encontrado o ex-namorado novamente, tal como ele havia solicitado. Porém, em uma terça-feira, enquanto saia da aula, ele teve uma surpresa ao ver o rapaz do lado de fora, sendo que Frida não tinha ido naquele dia, e se surpreendeu ainda mais quando este veio falar com ele:
- Oi Enzo...er...eu posso conversar contigo? - Ele parecia um pouco nervoso, porém também estava aparentemente decidido.
- Ah...claro...eu estava indo até a Snacks para lanchar, então se quiseres podes me acompanhar... - Enzo tentou parecer tão firme e tranquilo quanto possível.
- Vamos lá então! - Um sorriso apareceu no rosto do rapaz, o que foi notado por Enzo, mesmo que este não tivesse demonstrado.
Os dois caminharam em silêncio por alguns instantes, até que Enzo, percebendo o desconforto, disse:
- Então...como você está? - Ele usou um tom casual, embora tivesse um interesse genuíno, afinal, mesmo que ainda estivesse triste, ele ainda se importava com Daniel.
- Bem...bem mesmo...e você?
- Ótimo...
A conversa se encerrou neste ponto, visto que nenhum dois achou outro assunto para conversar, até que eles chegaram à lanchonete e se sentaram à uma das mesas. Depois disso, Enzo finalmente retomou a conversa com a pergunta que estava martelando em sua cabeça:
- O que você quer conversar comigo Daniel? - Ele usou um tom gentil, porém foi firme e objetivo.
- Bem...eu não sei bem como explicar...eu...
- Daniel, vai direto ao ponto, tudo bem? - Enzo finalizou a frase com um sorriso e uma expressão inquisitiva no rosto.
- Calma, isso não é tão fácil pra mim...eu sinto saudades de ti, é isso! - Daniel não ousou fitar o rosto de Enzo.
- Tudo bem, mas o que você quer de mim especificamente?
- Primeiro, eu quero que você me desculpe por ter te colocado em uma posição difícil na última vez em que nos vimos! Segundo, eu sei que você me pediu que te deixasse em paz, mas você era meu melhor amigo e agora simplesmente não fala comigo!
- Não se preocupe com aquilo, já não tem a menor importância! - Enzo olhou fixamente nos olhos de Daniel, que intermitentemente desviava o olhar.
- Sério? Então você me perdoa?
- Sinceramente? Por me colocar naquela situação sim, mas jamais por ter terminado comigo de um jeito tão bruto...
- Enzo, eu já...
- Deixa eu terminar - Disse Enzo decidido - Eu não me importo mais com isso, mas, de verdade, ainda não encontrei uma maneira de te perdoar!
- Mas você não pode nem pelo menos ser meu amigo? - Respondeu Daniel.
- Para que você quer continuar a nossa amizade? Se você terminou comigo, é porque algo está errado.
- Você não diria isso se soubesse dos meus motivos, mas isso não importa. Eu só quero que nós possamos reatar a nossa amizade...eu sinto falta daquele rapaz magricela que se tornou o meu melhor amigo desde que eu cheguei à universidade!
- Eu não sei Daniel...realmente não sei... - Enzo olhava para o próprio colo, então movimentou a cabeça para olhar em direção a Daniel e disse: - Nós podemos tentar, mas se não der certo, eu quero que você me deixe em paz!
- Sério? - Daniel tinha um expressão genuinamente feliz no rosto, então se levantou e disse: - me dá um abraço então!
- Não Daniel! - Enzo fez sinal para que o rapaz se sentasse - Vamos com calma tá?! Sem tanto contato físico! Só toca aqui - Ele estendeu a mão fechada para Daniel, que retribuiu o gesto, mesmo que visivelmente contrariado.
- Tudo bem, já é um começo!
- Eu acho que sim...então, me fala, como está a Frida?
- Ah, bom...tudo certo com ela!
- Por que ela não veio hoje?
- Ela...teve um imprevisto em casa e não pode vir! - Daniel parecia um pouco nervoso.
- Você sabia que ela não vinha hoje? Ela não sabe que estás aqui?
- Sabia...bem, eu precisava conversar a sós contigo e a Frida não aceita muito bem que eu queira ter algum tipo de relação contigo sabe?
- Em resumo, ela não sabe! - Enzo não conseguiu disfarçar um sorrisinho no canto dos lábios.
- Isso! Você ainda é bem insistente quando quer saber de alguma coisa né?
- Bem, velhos hábitos não mudam!
Os dois ainda conversaram bastante, em um tom cada vez mais descontraído e menos constrangido pelo que houvera entre eles, até que Enzo se levantou e disse que precisaria ir para a aula da tarde. Assim, eles se despediram e caminharam em direções opostas, ambos com a sensação de que algo muito importante tinha mudado entre eles.
Daniel, particularmente, estava radiante com a possibilidade de retomar a sua amizade com Enzo, pois já que ele não poderia se permitir amá-lo de um modo diferente, tê-lo como amigo era um fato que o deixava muito feliz. Depois de deixar a UFTU, o rapaz foi até a casa de Frida, que, conforme ele tentara omitir de Enzo, estava cuidando da mãe, que tinha sido agredida pelo pai dela. Quando esta atendeu à porta, prontamente disse:
- Onde você estava Daniel?
- Calma, eu estava resolvendo alguns assuntos! - Disse o rapaz enquanto adentrava a residência.
- Que assuntos Daniel? Poxa, eu fiquei te esperando aqui a manhã toda e você nem me ligou, pelo meno para dizer onde estava - Frida aumentava o tom de voz a cada palavra.
- Frida, pára de gritar, por favor! Eu preciso te contar uma coisa e se você estiver estressada talvez não receba isso muito bem! - Disse Daniel em tom calmo.
- O que você tem para me contar? É sobre aquele...é sobre ele?
- Sim Frida, é sobre o Enzo! - Respondeu o rapaz, com firmeza - Eu falei com ele hoje e nós combinamos que nós tentaríamos retar a amizade!
- Daniel, aquele ridículo não é pra você! Esquece ele, você não precisa da amizade de alguém com caráter tão duvidoso quanto ele!
- Frida, meu amor, eu já lhe expliquei mais de mil vezes que nós nunca te traímos! E, se você acha que o caráter dele é tão duvidoso, então deveria achar o mesmo de mim, pois fui eu quem o levou a assumir um namoro comigo, mas enfim, isso é passado! Mas você também poderia tentar reatar a sua amizade com ele!
- Claro que não meu amor! Eu nunca voltaria a ser amiga dele! Ele te confundiu meu amor e fez você imaginar ter sentimentos por ele que você jamais teve de fato, se não, porque teria reatado o namoro comigo?
- Eu não concordo com você, meu amor, mas tudo bem, isso é passado! De qualquer modo eu senti falta da amizade dele e, apesar de compreender que você não queira ser amiga dele novamente, eu ainda quero tê-lo como amigo!
- Bom, desde que você fique atento para que ele não te confunda de novo, eu prometo que vou fazer um esforço para aturar essa relação de vocês!
- Muito obrigado meu amor! Agora, como está a sua mãe?
- Ela não está nada bem! venha vê-la.
Mais tarde, na lanchonete da UFTU, Pietro comentava o que Enzo tinha lhe contado sobre a conversa dele com Daniel:
- Eu não acredito que você vai simplesmente aceitar ser amigo dele novamente Enzo!
- Ah Pietro...eu também não sei o que me deu, mas é que, para falar a verdade, eu também estava sentindo falta da amizade dele, e já que ele só quer uma chance de tentar novamente, quem sou eu para negar?
- Quem é você? Deixe-me lhe dizer! Você é aquele rapaz que eu encontrei encolhido no chão do banheiro, porque esse tal de Daniel, que agora quer ser seu amigo, mexeu com seus sentimentos e depois foi embora sem olhar para trás - Pietro tinha aumentado o tom de voz e estava com uma expressão dura.
- Calma Pietro - Disse Enzo, concomitantemente surpreso com a intensidade com que o rapaz dissera aquilo e decidido a explicar a sua atitude - Eu sei que aquilo foi muito insensível da parte dele, mas eu realmente acho que ele quer ser meu amigo novamente, então eu resolvi dar uma chance para ele, entende?
- Infelizmente não Enzo... - Pietro tinha baixado o tom de voz e estava se esforçando para falar pausadamente, então, com meio sorriso ele disse: - Mas, se é isso que realmente queres, eu te apoio e te ofereço o meu suporte, caso você se decepcione com ele novamente.
- Obrigado Pietro, fostes um anjo que veio pra minha vida! Eu nem sei como eu estaria se não fosse pelo teu apoio desde aquele dia, tanto porque me tirastes da festa e ficastes comigo até eu me acalmar, como porque vens me dando muito apoio desde então.
- Que nada Enzo...é só que és uma pessoa muito boa e não mereces te decepcionar com ninguém ou ser tratado mal. Além disso, eu gosto da tua amizade!
- Eu também gosto muito da tua amizade!
Eles permaneceram conversando sobre este e outros assuntos durante um bom tempo, até que se despediram e foram para as suas respectivas casas. Enquanto estava no ônibus, Enzo refletia sobre o modo como se sentia em relação a Daniel e chegou a conclusão de que, com certeza, ainda o amava, mas estar perto dele tinha se tornado estranhamento menos desconfortável ou doloroso. Parecia que a partir daquele momento ele, efetivamente, estava seguindo em frente com a sua vida e deixando o grande amor entre ele e o seu ex-namorado no passado.Mas como seria tentar ser apenas amigo de alguém que ele tinha amado tanto?
- Oi Enzo...er...eu posso conversar contigo? - Ele parecia um pouco nervoso, porém também estava aparentemente decidido.
- Ah...claro...eu estava indo até a Snacks para lanchar, então se quiseres podes me acompanhar... - Enzo tentou parecer tão firme e tranquilo quanto possível.
- Vamos lá então! - Um sorriso apareceu no rosto do rapaz, o que foi notado por Enzo, mesmo que este não tivesse demonstrado.
Os dois caminharam em silêncio por alguns instantes, até que Enzo, percebendo o desconforto, disse:
- Então...como você está? - Ele usou um tom casual, embora tivesse um interesse genuíno, afinal, mesmo que ainda estivesse triste, ele ainda se importava com Daniel.
- Bem...bem mesmo...e você?
- Ótimo...
A conversa se encerrou neste ponto, visto que nenhum dois achou outro assunto para conversar, até que eles chegaram à lanchonete e se sentaram à uma das mesas. Depois disso, Enzo finalmente retomou a conversa com a pergunta que estava martelando em sua cabeça:
- O que você quer conversar comigo Daniel? - Ele usou um tom gentil, porém foi firme e objetivo.
- Bem...eu não sei bem como explicar...eu...
- Daniel, vai direto ao ponto, tudo bem? - Enzo finalizou a frase com um sorriso e uma expressão inquisitiva no rosto.
- Calma, isso não é tão fácil pra mim...eu sinto saudades de ti, é isso! - Daniel não ousou fitar o rosto de Enzo.
- Tudo bem, mas o que você quer de mim especificamente?
- Primeiro, eu quero que você me desculpe por ter te colocado em uma posição difícil na última vez em que nos vimos! Segundo, eu sei que você me pediu que te deixasse em paz, mas você era meu melhor amigo e agora simplesmente não fala comigo!
- Não se preocupe com aquilo, já não tem a menor importância! - Enzo olhou fixamente nos olhos de Daniel, que intermitentemente desviava o olhar.
- Sério? Então você me perdoa?
- Sinceramente? Por me colocar naquela situação sim, mas jamais por ter terminado comigo de um jeito tão bruto...
- Enzo, eu já...
- Deixa eu terminar - Disse Enzo decidido - Eu não me importo mais com isso, mas, de verdade, ainda não encontrei uma maneira de te perdoar!
- Mas você não pode nem pelo menos ser meu amigo? - Respondeu Daniel.
- Para que você quer continuar a nossa amizade? Se você terminou comigo, é porque algo está errado.
- Você não diria isso se soubesse dos meus motivos, mas isso não importa. Eu só quero que nós possamos reatar a nossa amizade...eu sinto falta daquele rapaz magricela que se tornou o meu melhor amigo desde que eu cheguei à universidade!
- Eu não sei Daniel...realmente não sei... - Enzo olhava para o próprio colo, então movimentou a cabeça para olhar em direção a Daniel e disse: - Nós podemos tentar, mas se não der certo, eu quero que você me deixe em paz!
- Sério? - Daniel tinha um expressão genuinamente feliz no rosto, então se levantou e disse: - me dá um abraço então!
- Não Daniel! - Enzo fez sinal para que o rapaz se sentasse - Vamos com calma tá?! Sem tanto contato físico! Só toca aqui - Ele estendeu a mão fechada para Daniel, que retribuiu o gesto, mesmo que visivelmente contrariado.
- Tudo bem, já é um começo!
- Eu acho que sim...então, me fala, como está a Frida?
- Ah, bom...tudo certo com ela!
- Por que ela não veio hoje?
- Ela...teve um imprevisto em casa e não pode vir! - Daniel parecia um pouco nervoso.
- Você sabia que ela não vinha hoje? Ela não sabe que estás aqui?
- Sabia...bem, eu precisava conversar a sós contigo e a Frida não aceita muito bem que eu queira ter algum tipo de relação contigo sabe?
- Em resumo, ela não sabe! - Enzo não conseguiu disfarçar um sorrisinho no canto dos lábios.
- Isso! Você ainda é bem insistente quando quer saber de alguma coisa né?
- Bem, velhos hábitos não mudam!
Os dois ainda conversaram bastante, em um tom cada vez mais descontraído e menos constrangido pelo que houvera entre eles, até que Enzo se levantou e disse que precisaria ir para a aula da tarde. Assim, eles se despediram e caminharam em direções opostas, ambos com a sensação de que algo muito importante tinha mudado entre eles.
Daniel, particularmente, estava radiante com a possibilidade de retomar a sua amizade com Enzo, pois já que ele não poderia se permitir amá-lo de um modo diferente, tê-lo como amigo era um fato que o deixava muito feliz. Depois de deixar a UFTU, o rapaz foi até a casa de Frida, que, conforme ele tentara omitir de Enzo, estava cuidando da mãe, que tinha sido agredida pelo pai dela. Quando esta atendeu à porta, prontamente disse:
- Onde você estava Daniel?
- Calma, eu estava resolvendo alguns assuntos! - Disse o rapaz enquanto adentrava a residência.
- Que assuntos Daniel? Poxa, eu fiquei te esperando aqui a manhã toda e você nem me ligou, pelo meno para dizer onde estava - Frida aumentava o tom de voz a cada palavra.
- Frida, pára de gritar, por favor! Eu preciso te contar uma coisa e se você estiver estressada talvez não receba isso muito bem! - Disse Daniel em tom calmo.
- O que você tem para me contar? É sobre aquele...é sobre ele?
- Sim Frida, é sobre o Enzo! - Respondeu o rapaz, com firmeza - Eu falei com ele hoje e nós combinamos que nós tentaríamos retar a amizade!
- Daniel, aquele ridículo não é pra você! Esquece ele, você não precisa da amizade de alguém com caráter tão duvidoso quanto ele!
- Frida, meu amor, eu já lhe expliquei mais de mil vezes que nós nunca te traímos! E, se você acha que o caráter dele é tão duvidoso, então deveria achar o mesmo de mim, pois fui eu quem o levou a assumir um namoro comigo, mas enfim, isso é passado! Mas você também poderia tentar reatar a sua amizade com ele!
- Claro que não meu amor! Eu nunca voltaria a ser amiga dele! Ele te confundiu meu amor e fez você imaginar ter sentimentos por ele que você jamais teve de fato, se não, porque teria reatado o namoro comigo?
- Eu não concordo com você, meu amor, mas tudo bem, isso é passado! De qualquer modo eu senti falta da amizade dele e, apesar de compreender que você não queira ser amiga dele novamente, eu ainda quero tê-lo como amigo!
- Bom, desde que você fique atento para que ele não te confunda de novo, eu prometo que vou fazer um esforço para aturar essa relação de vocês!
- Muito obrigado meu amor! Agora, como está a sua mãe?
- Ela não está nada bem! venha vê-la.
Mais tarde, na lanchonete da UFTU, Pietro comentava o que Enzo tinha lhe contado sobre a conversa dele com Daniel:
- Eu não acredito que você vai simplesmente aceitar ser amigo dele novamente Enzo!
- Ah Pietro...eu também não sei o que me deu, mas é que, para falar a verdade, eu também estava sentindo falta da amizade dele, e já que ele só quer uma chance de tentar novamente, quem sou eu para negar?
- Quem é você? Deixe-me lhe dizer! Você é aquele rapaz que eu encontrei encolhido no chão do banheiro, porque esse tal de Daniel, que agora quer ser seu amigo, mexeu com seus sentimentos e depois foi embora sem olhar para trás - Pietro tinha aumentado o tom de voz e estava com uma expressão dura.
- Calma Pietro - Disse Enzo, concomitantemente surpreso com a intensidade com que o rapaz dissera aquilo e decidido a explicar a sua atitude - Eu sei que aquilo foi muito insensível da parte dele, mas eu realmente acho que ele quer ser meu amigo novamente, então eu resolvi dar uma chance para ele, entende?
- Infelizmente não Enzo... - Pietro tinha baixado o tom de voz e estava se esforçando para falar pausadamente, então, com meio sorriso ele disse: - Mas, se é isso que realmente queres, eu te apoio e te ofereço o meu suporte, caso você se decepcione com ele novamente.
- Obrigado Pietro, fostes um anjo que veio pra minha vida! Eu nem sei como eu estaria se não fosse pelo teu apoio desde aquele dia, tanto porque me tirastes da festa e ficastes comigo até eu me acalmar, como porque vens me dando muito apoio desde então.
- Que nada Enzo...é só que és uma pessoa muito boa e não mereces te decepcionar com ninguém ou ser tratado mal. Além disso, eu gosto da tua amizade!
- Eu também gosto muito da tua amizade!
Eles permaneceram conversando sobre este e outros assuntos durante um bom tempo, até que se despediram e foram para as suas respectivas casas. Enquanto estava no ônibus, Enzo refletia sobre o modo como se sentia em relação a Daniel e chegou a conclusão de que, com certeza, ainda o amava, mas estar perto dele tinha se tornado estranhamento menos desconfortável ou doloroso. Parecia que a partir daquele momento ele, efetivamente, estava seguindo em frente com a sua vida e deixando o grande amor entre ele e o seu ex-namorado no passado.Mas como seria tentar ser apenas amigo de alguém que ele tinha amado tanto?